domingo, 11 de dezembro de 2011

O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL


O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é considerada a primeira etapa da Educação Básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade.
Tem como objetivo desenvolver a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Deve cumprir duas funções indispensáveis e indissociáveis: cuidar e educar.
A Educação Infantil exerce grande e definitiva influência na formação social e pessoal da criança, numa perspectiva de educação para a cidadania que se reflete na qualidade de formação do ser humano que interage ativamente no meio em que vive.

O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil possui um currículo diferenciado, cuja versão experimental chegou às escolas a partir do ano 2000. Atualmente está sendo reelaborado, mediante as avaliações enviadas pelas escolas.
Baseado nos Referenciais Curriculares Nacionais, o Currículo da Educação Infantil, é orientado por meio de eixos, a saber: a formação pessoal e social e conhecimento de mundo. Constam também, do referido documento, orientações a cerca do perfil do educador, da convivência com crianças de 0 a 6 anos, da pedagogia de projetos, da importância da brincadeira, da ética, dos valores e das atitudes e do processo de avaliação.

A Educação Infantil tem como objetivo desenvolver seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e comunidade.
E deve cumprir duas finalidades fundamentais criar e educar. Contemplando em sua totalidade adoção de políticas enraizadas de forma a superar a idéias fragmentadas compartilhadas das áreas educativas, favorecendo a construção de práticas que respondam as demandas da criança e de seus familiares.
A implementação do trabalho educativo deve considerar as constantes mudanças na conjuntura mundial, como a globalização e a informatização dos meios de comunicação que tem trazido uma serie de reflexões sobre o papel da Escola dentro desse novo modelo de sociedade.
Uma proposta educativa precisa considerar que, durante o seu desenvolvimento, a criança passa por diferentes etapas, diferentes formas de pensar e de agir, que caracterizam suas relações com o mundo físico e social. A ordem em que as etapas se sucedem é a mesma, porém a idade em que ocorrem varia segundo cada individuo.
Diferentes ritmos constituem uma maneira sadia de crescer.
Por meio das relações com o outro, a personalidade vai sendo construída gradativamente; portanto, a Educação Infantil exerce grande e definitiva influência na formação pessoal e social da criança, numa perspectiva de educação para a cidadania que se reflete na qualidade de formar do ser humano que interage ativamente no meio em que vive.
Essa criança possui uma identidade própria e exige uma educação que a respeite como ser em desenvolvimento e no vir a ser, e prepará-lo para saberes futuros.
Numa perspectiva de educação para a cidadania, o Currículo deve possibilitar o alcance de todos objetivos básicos na Educação Infantil.
Construção da identidade e da autonomia.
Interação e socialização da criança no meio social, familiar e escolar.
Ampliação progressiva dos conhecimentos de mundo.
A educação formal favorece a utilização de tais saberes na aquisição de novos conhecimentos, isto é, a partir de estruturas já construídas, a criança assimila e interage com o meio.
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 3 A 6 ANOS

O desenvolvimento de uma criança não se processa de forma linear. Durante seu crescimento, ela experimenta avanços gradativos, vivenciando de forma singular todas as fases desse processo. Numa diversidade de ritmos, possui uma natureza única que a caracteriza como um ser que sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio. É importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de interação, nas quais conflitos e negociações de sentimentos, idéias e soluções são elementos indispensáveis.
A relação com os adultos, com seus pares e com o meio em geral é importante para que ela possa construir pouco a pouco sua identidade.
A criança, como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico.
É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve e também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações que estabelece com outras instituições sociais. Na instituição de Educação Infantil, a interação do grupo acontece de forma diversificada, significativa e amplamente compartilhada entre educandos e educadores.
Essa criança está agora na sua melhor fase de desenvolvimento físico, emocional e cognitivo; ela atua e interage com o universo que a cerca, de forma a tirar dele o máximo de conhecimento possível; por isso a atenção ao seu desenvolvimento é importante, para que não se queimem etapas e nem a criança fique aquém do seu real potencial de aprendizagem.
Nessa faixa etária, o processo de construção do conhecimento se dá por meio das conquistas realizadas na busca de novos desafios, que servem de base para novos saberes, utilizando-se das mais diferentes linguagens, exercendo a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre tudo e sobre todos.
Sem desafios à altura de suas necessidades e potencialidades, a criança definha, murcha; torna-se medíocre, agressiva e violenta ou apática e submissa; desperdiça-se.
É preciso que os profissionais da Educação Infantil estejam atentos a essa criança, compreendendo e reconhecendo o seu jeito particular de ser e de estar no mundo, identificando seus desejos, necessidades e particularidades.
Considerando as individualidades dessa faixa etária e as formas específicas que cada criança utiliza para aprender é que o processo de escolarização formal se efetiva de forma a contemplar o desenvolvimento global desse ser.
Segundo Piaget, a criança de 3 a 6 anos de idade encontra-se no período pré-operatório.
A criança pré-operatória é a criança típica da Educação Infantil. Uma característica desse período que merece destaque é o egocentrismo, que não deve ser confundido com egoísmo.
A criança desse período dá existência real ao que não é real, o que é chamado de realismo.
Outra característica nesta etapa é a não conservação das propriedades físicas do objeto, como quantidade, peso e volume. Para a criança, ao mudar a forma do objeto, muda-se suas propriedades físicas, ou seja, a sua inteligência ainda não é capaz de corrigir distorções perceptivas.

BRINCADEIRAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.
Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transforma-la.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar faz-de-conta que e outro.
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenharem vários papéis sociais ou personagens.
Seguem algumas sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula:
Corrida da Assinatura:
Formar duas equipes.Depois colocar as equipes em duas fileiras distintas.
Regras: Ao sinal dado pelo coordenador, as duas primeiras crianças saem correndo e fazem a letra inicial de seu nome na lousa, e corre até o final da fila, ganha o jogo a equipe que terminar primeiro. Objetivo:
• Trabalhar em equipe
• Desenvolver a linguagem oral e escrita.

Saco de Letras
Formar duas equipes. Colocar o alfabeto de letras móveis em um saco ou caixa de papelão.
O coordenador da brincadeira pega uma letra e esconde. Fala para as equipes adivinharem que letra ela pegou, a equipe que acertar será anotada na lousa, 1 ponto, ao final quem fizer mais pontos ganha o jogo.
Objetivo:
• Desenvolver socialização, linguagem oral e escrita, matemática e português.
Jogo do Amarra e Desamarra
Formar duas equipes. Cada equipe faz uma fileira e amarra-se dois barbantes, fazendo-se um laço em um ponto fixo, à frente das filas. A um sinal dado pelo coordenador, as duas primeiras crianças correm e vão desamarrar o barbante. Feito isso voltam para o final da fila. Os dois seguintes irão ter que amarrar o barbante e assim sucessivamente. Vence a equipe que terminar primeiro.
Objetivo:
 Desenvolver socialização, coordenação motora e trabalho em equipe
Montanha de Sapatos
Formar duas equipes. Todos tiram os sapatos e colocam-se em um lugar fazendo uma montanha, fica a uma certa distancia. A um sinal dado pelo coordenador as equipes correm para colocarem os sapatos e amarrarem voltando para o mesmo lugar de onde saíram. Ganha o jogo a equipe que voltar primeiro.
O PERFIL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças:
 Observação;
 Registro;
 Avaliação

A observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com sua própria produção e com suas conquistas é um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na avaliação e no replanejamento da ação educativa.
Para que as observações não se percam e possam ser utilizadas como instrumentos de trabalho, é necessário que sejam registradas. Cabe ao professor decidir quais serão as prioridades de registro para que posteriormente possa haver, se necessário, uma intervenção. Deverá para isso escolher o melhor método para seus registros.

No que se refere à avaliação formativa, deve-se ter em conta que não se trata de avaliar a criança, mas sim as situações de aprendizagem que foram oferecidas. Isso significa dizer que a expectativa em relação à aprendizagem da criança deve estar sempre vinculada às oportunidades e experiências que foram oferecidas a ela.
As ações do docente devem ser planejadas e compartilhadas com seus pares e outros profissionais da instituição, pode-se construir projetos educativos de qualidade junto aos familiares e as crianças.
A nova dinâmica da Educação Infantil tem exigido do educador uma visão ampla do processo de aquisição do conhecimento e do desenvolvimento das relações estabelecidas nas interações sócio-culturais.
Conhecer novas teorias e articulá-las entre si é de fundamental importância para que possam ampliar e aprofundar o saber e reconstruir a prática pedagógica de forma crítica e criteriosa, numa busca constante de significados. Na concepção sócio-interacionista, o educador é muito mais que uma pessoa que ensina, ele é um participante do processo de construção da cidadania e do conhecimento.
A eficácia na área pedagógica exige amorosidade, criatividade, respeito, ética, justiça, diálogo e solidariedade nas relações da comunidade escolar, demonstrada por meio da prática educativa. Pois a visão hierarquizada de cuidar e educar precisa ser superada, uma vez que ambas partilham de igual importância para o desenvolvimento da criança, num trabalho cooperativo em um ambiente facilitador da criatividade e da descoberta. O professor, como facilitador, deve desenvolver sua sensibilidade e seu senso crítico, para observar e saber o melhor momento de fazer intervenções positivas. A fim de propiciar melhor interação com o conhecimento de alunos e professores.
Uma imagem positiva que se poderia ter do educador seria daquele que pergunta, encoraja a criança a dizer o que pensa, propiciando, espaço e tempo para que ela coordene pontos de vista diferentes. E se espera que a criança relacione os novos conhecimento com os que já possui, aceitando o erro como hipótese a ser testada e conseguindo descentrar dos seus pontos de vista e podendo imaginar o que se passa nas cabeças de seus alunos.
Essa postura do professor promoveria e implicaria, considerar o processo de aprendizagem de tal forma que articularia consistentemente as dimensões humana, técnica e político-social da criança.
O professor deve ser, antes de tudo, um estudante, pois a visão de quem aprende é sempre mais ampla e deve saber que a crianças nos primeiros cinco, seis anos de idade constrói as bases da sua personalidade.
A significação social da infância englobando a própria análise de suas representações (sobre a criança), o papel do professor, o processo de aprendizagem e os sistemas pedagógicos e seus ideários determinar em última análise o processo de aprendizagem formal estabelecido na Escola.

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