segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

repensando o planejamento

1º BIMESTRE - histórico:

8 Planejamento de aula:


A aula é a forma predominante de organização didática do processo de ensino. É na aula que organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as condições e meios necessários para que os alunos assimilem ativamente conhecimentos, habilidades e desenvolvam suas capacidades cognoscitivas.
O plano de aula é o detalhamento do plano de ensino. As unidades didáticas e subunidades (tópicos) que foram previstas em linhas gerais são agora especificadas e sistematizadas para uma situação didática real. A preparação da aula é uma tarefa indispensável e, assim como o plano de ensino, deve resultar num documento escrito que servirá não só para orientar as ações do professor como também para possibilitar constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano. Em todas as profissões o aprimoramento profissional depende da acumulação de experiências conjugando a prática e a reflexão criteriosa sobre a ação e na ação, tendo em vista uma prática constantemente transformadora para melhor.
Na elaboração do plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos numa só aula o desenvolvimento de uma unidade didática ou tópico de unidade, pois o processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma seqüência articulada de fases:


  • Preparação e apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas.
  • Desenvolvimento da matéria nova.
  • Consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização).
  • Síntese integradora e aplicação.
  • Avaliação.


Isto significa que não devemos preparar uma aula, mas um conjunto de aulas.


8.1 Como elaborar um plano de aula?


O primeiro passo é indicar o tema central da aula. Exemplo: matéria-prima e produto.


A seguir devem-se estabelecer os objetivos da aula.
Exemplo: Ao final das atividades propostas o aluno será capaz de:
  • Identificar matéria-prima e produto
  • Compreender os processos de transformação de matéria-prima em produto, relacionando com as questões ambientais.
  • Destacar as principais indústrias de seu município e a origem das matérias primas.
  • Listar produtos transformados de matéria-prima, utilizados no seu cotidiano.
Em terceiro lugar indica-se o conteúdo que será objeto de estudo.
Exemplo:
  • Matéria-prima.
  • Produto.
  • Matéria-prima e sua procedência.
  • As indústrias do município.


Em quarto lugar estabelecem-se os procedimentos e recursos de ensino, isto é, estabelecem-se as formas de utilizar o conteúdo selecionado para atingir os objetivos propostos.
Nesse caso, por exemplo, para o aluno identificar matéria-prima, produto e processos de transformação, pode-se programar com eles uma excursão a uma indústria. Assim, o professor pode planejar uma excursão como ponto de referência para ele próprio, mas não deve dar o planejamento pronto aos alunos. Proceder a orientações quanto a conceitos básicos que os alunos devem dominar antes da visita. Deverá, sim, estimula-los para que, com seu auxílio, planejem a excursão. Para isso procurará levantar com seus alunos as questões mais interessantes e sobre as quais gostaria de obter respostas, como, por exemplo:


  • Nome da fábrica.
  • Endereço da fábrica. (área industrial, urbana...)
  • Número de operários da fábrica.
  • Diferentes tipos de funções dentro da fábrica.
  • Salários.
  • Matéria-prima e sua procedência.
  • Produtos fabricados.
  • Utilidade dos produtos.
  • Qualificação profissional das pessoas que trabalham na fábrica.
  • Como a fábrica faz a preservação ambiental.
  • Existem programas de qualidade de vida para os operários e programa sociais.


Em quinto lugar, no dia seguinte ao da visita, deve-se fazer uma síntese integradora das informações colhidas pelos alunos. Além disso, outras atividades complementares poderão ser desenvolvidas. Assim, aproveitando a experiência adquirida com a excursão, cada aluno poderá individualmente entrevistar uma pessoa que trabalha em alguma fábrica e obter dela as seguintes informações:


  • Em que fábrica esta pessoa trabalha.
  • Qual a função que desempenha e sua formação escolar.
  • Número de operários que trabalham na fábrica.
  • Que a fábrica produz.
  • Material usado na fabricação dos produtos.
  • Como a empresa preserva o meio ambiente.


Ao retornarem das entrevistas o professor deve proporcionar um espaço para troca de idéias, onde cada aluno expõe o achou interessante em sua entrevista, estabelecendo um paralelo com os relatos dos colegas, onde o professor fará a mediação do processo de discussão.
Em sexto lugar, o professor proporciona a consolidação com atividades variadas, que pode ser realizada no decorrer do processo e não apenas em um momento específico.
Outra atividade que pode ser desenvolvida consiste em investigar que matéria-prima é utilizada na fabricação de uma série de objetos usados pelo próprio aluno, como sapatos, lápis, bola, caderno, livro, etc.
Finalmente, o planejamento da aula deve prever como será feita a avaliação. No exemplo que estamos considerando, não podemos propor apenas questões do tipo:


  • Que é produto?
  • Que é matéria-prima?
  • Que é indústria?


Procedendo dessa maneira, estamos avaliando apenas se o aluno memorizou essas definições. Precisamos, nesse caso, propor situações de avaliação que possibilitem verificar se o aluno realmente é capaz de identificar o produto e matéria-prima em situações novas. Poderíamos, por exemplo, propor as seguintes situações de avaliação:
  • Solicitar que os alunos recortem de jornais e revistas nomes e figuras de matérias-primas para que o aluno indique os produtos que podem ser fabricados a partir delas.
  • Dar uma relação de produtos conhecidos do aluno para que ele indique a matéria-prima da qual é feito cada um deles, podendo montar jogos da memória a partir da seleção.
  • Aplicar ao aluno uma série de com questões variadas, para que ele assinale as proposições que correspondam ao conceito de produto e/ou matéria-prima.
  • Apresentar um texto para que o aluno o interprete e indique o que é produto e/ou matéria-prima.


8.2 Vamos revisar o nosso planejamento:


  • Releia os objetivos gerais da matéria.
  • Verifique a seqüência no plano de ensino.
  • Observe se os alunos estão preparados para o estudo deste conteúdo novo.
  • O desdobramento do tópico da unidade possui uma seqüência lógica.
  • Os objetivos específicos estão de acordo com a proposta do plano anual, bimestral...
  • A idéia central do tópico está clara no conteúdo programado.
  • O número de aulas é suficiente para o tema proposto.
  • O desenvolvimento metodológico e interessante e estimula a participação ativa do aluno e prevê:
    • Preparação e introdução do assunto.
    • Desenvolvimento e estudo ativo do assunto.
    • Sistematização e aplicação.
    • Tarefas de casa.
  • Foi previsto a avaliação diagnóstica, formativa e somativa, isto é, no início, durante e no final das atividades.
Sabemos que o êxito dos alunos não depende unicamente do professor e de seu método de trabalho, pois a situação docente envolve muitos fatores de natureza social, psicológica, o clima geral da dinâmica da escola, etc. Entretanto o trabalho docente tem um peso significativo ao proporcionar condições efetivas para o êxito escolar dos alunos.
Ao fazer a avaliação das aulas, convém ainda levantar questões como estas:
  • Os objetivos e conteúdos foram adequados à turma?
  • O tempo de duração da aula foi adequado?
  • Os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar atividade mental e prática dos alunos?
  • Foram feitas avaliações da aprendizagens dos alunos no decorrer das aulas (formais e informais)?
  • O relacionamento professor-aluno foi satisfatório?
  • Houve uma organização segura das atividades, de modo a ter garantido um clima de trabalho favorável?
  • Foram propiciadas tarefas de estudo ativo e independente dos alunos?
  • Os alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria, num grau suficiente para introduzir matéria nova?
8.3 Modelos de plano de aula:
8.3.1 – Modelo de Nelson Piletti:


Tema central:
Objetivos:


Conteúdo:

Procedimentos de ensino
Recursos
Procedimentos de avaliação











8.3.2 Modelo de José Carlos Libâneo (Pedagogia crítico-social dos conteúdos):
Escola: Disciplina: Data:
Série: Professor:
Unidade didática:

Objetivos Específicos
Conteúdos
Nº aulas
Desenvolvimento Metodológico

























Preparação:




Introdução do assunto:




Desenvolvimento e estudo ativo do assunto:




Sistematização e aplicação:




Tarefas para casa:



Avaliação:
Referencial teórico:


8.3.3 Modelo de Imídeo Nérice (tecnicista):


1 Cabeçalho
2 Objetivos
3 Motivação
4 Desenvolvimento da aula
  • Revisão da aula anterior e articulação com a experiência passada do aluno.
  • Assunto novo.
  • Síntese ou resumo
5 Procedimentos didáticos:
  • Técnicas de ensino a empregar
  • Material didático a ser usado
  • Atividades previstas para os alunos
  • Fixação, integração e avaliação
  • Tarefas
6 Notas complementares:
  • Enriquecimento do vocabulário
  • Questão proposta para reflexão
  • Assunto provável da próxima aula
  • Bibliografia
7 Crítica da aula
  • O que não foi realizado?
  • Por quê?
  • Que deve passar para a aula seguinte e o que deve ser reelaborado?
  • Como melhorar a aula?
  • Observações e ocorrência durante a aula.


8.3.4 Modelo simplificado:


Identificação:
Local: Disciplina:
Tema: Série: Turma:
Data: Duração:
Objetivos:

Esquema do conteúdo:

Descrição do desenvolvimento metodológico
Introdução ao assunto:

Desenvolvimento do conteúdo:

Síntese Integradora:



Recursos Humanos, Pedagógicos e Físicos:
Avaliação da aprendizagem:
Referencial Teórico:
8.3.5 Plano de aula de Celso Vasconcelos:


  • Assunto: indicação temática a ser trabalhada.
  • Necessidade: explicitação das necessidades percebidas no grupo e que justificam a proposta de ensino.
  • Objetivo
  • Conteúdo
  • Metodologia: explicitação dos procedimentos de ensino, técnicas, estratégias, a serem utilizadas no desenvolvimento do assunto.
  • Tempo
  • Recursos
  • Avaliação
  • Tarefa: suas funções básicas são o aprofundamento e síntese do que está sendo visto em classe, assim como, ajudar o aluno a ter representações mentais prévias disponíveis correlatas ao assunto a ser tratado nas aulas seguintes.
  • Observações: suas anotações, reflexões e avaliação sobre a caminhada, tornando a aula um instrumento de pesquisa sobre a prática. É preciso resgatar o hábito de escrever sobre a prática (Diário de bordo), tendo em vista a possibilidade de uma reflexão mais sistemática.


8.3.6 Plano de aula para Juan Díaz Bordenava e Adair Martins Pereira:


  • Preparação da classe: o professor inicia o relacionamento com seus alunos, se faz conhecer se é novo, conhece os alunos e, em geral, define seu papel de orientador democrático.
  • Apresentação de uma situação-problema: o professor coloca um desafio frente aos alunos, para excitar sua curiosidade, incita-lhes a pensar, a procurar a solução. O problema pode ser apresentado como uma pergunta, como uma afirmação a ser constatada, como um caso de estudo, como um paradoxo, etc.
  • Pesquisa conjunta da solução: os alunos, desafiados pelo problema, procuram a solução. Para isso, o professor lhes orienta no uso de técnicas variáveis de pesquisa (biblioteca, entrevista, dados estatísticos, correspondência, laboratório, debates, discussões, etc.). O trabalho é fundamentalmente dos alunos, preferivelmente em grupos.
  • Teorização: as descobertas dos alunos necessitam ser organizadas e explicadas. Só assim poderá haver transferência e generalização da aprendizagem. De fato, aprender fatos não é ainda aprender. As observações devem ser levantadas ao nível da teoria. Esta é uma responsabilidade do professor, no sentido de ajudar os alunos a criar modelos ou estruturas, nas quais aparecem as principais variáveis do problema e suas relações recíprocas.
  • Aplicação: Os alunos testam, contra a realidade, a validade do que foi aprendido. Aí reinicia-se o ciclo, passando a outra situação-problema, que incorpore o já aprendido como um dado a mais.


REFERENCIAL TEÓRICO


1. BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 1989. p. 117-118.
2. LEITE, Lígia Silva (coord) et all. Tecnologia Educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003
3. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991. p. 221-247
4. MARTINS, José do Prado. Didática geral. São Paulo: Atlas, 1988. p. 183-194.
5. NÉRICI, Imídeo G. Introdução a Didática Geral. Rio de Janeiro: Ed. Científica, s.d., 149-157.
6. PILETTI, Claudino. Didática Geral. 23 ed. rev. São Paulo: Ática, 2003. p. 60-85
7. VASCONCELOS, Celso dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 5. ed. São Paulo: Libertad, 1999. p. 148-151.
METODOLOGIA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA


1º passo
PRÁTICA SOCIAL INICIAL:
nIniciar as atividades apresentando aos alunos os objetivos, os tópicos e subtópicos da unidade que se pretende estudar, e em seguida, dialogar com os alunos sobre os mesmos,
nOs alunos mostram sua vivência do conteúdo, isto é, o que já sabem sobre o tema a ser trabalhado e perguntam tudo que gostariam de saber sobre o novo assunto em pauta, e tudo será anotado pelo professor.
nA prática social inicial pode ser feita como um todo no início da unidade e retomada, em seus aspectos específicos, a cada aula, conforme o conteúdo a ser trabalhado. Ou, a cada aula, o professor destaca a prática social específica do conteúdo que vai trabalhar naquele dia.


2º passo
PROBLEMATIZAÇÃO:
nIdentificar os principais problemas postos pela prática e pelo conteúdo curricular, seguindo-se uma discussão sobre eles, a partir daquilo que os alunos já conhecem;
nExplicar que o conhecimento (conteúdo) vai ser construído (trabalhado) nas dimensões conceitual, científica, social, histórica, econômica, política, estética, religiosa, ideológica, etc., transformadas em questões problematizadoras.


3º passo
INSTRUMENTALIZAÇÃO:
nÉ a apresentação sistemático-dialógica do conteúdo científico, contrastando-o com o cotidiano e respondendo às perguntas das diversas dimensões propostas. É o exercício didático da relação sujeito-objeto pela ação do aluno e mediação do professor. É o momento da efetiva construção do novo conhecimento.


4ºpasso
CATARSE:
nRepresenta a síntese do aluno, sua nova postura mental; a demonstração do novo grau de conhecimento a que chegou, expresso pela avaliação espontânea ou formal.


5° passo
PRÁTICA SOCIAL FINAL:
nÉ a manifestação da nova atitude prática do educando em relação ao conteúdo aprendido, bem como do compromisso em pôr em execução o novo conhecimento. É a fase das intenções e propostas de ações dos alunos.



METODOLOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: PROCESSO DIALÉTICO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR


João Luiz Gasparin - DTP/UEM.
INTRODUÇÃO
O Curso de Atualização de Docentes de 5a a 8a série, realizado na Universidade Estadual de Maringá nos anos de l993 e l994, possibilitou-nos iniciar uma nova Metodologia de Ensino através da qual buscamos desenvolver um trabalho mais participativo na construção do conhecimento em sala de aula.
O ponto de partida do curso e de nosso estudo foram o Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná e o Projeto de Avaliação da Proposta Curricular da Habilitação Magistério - Proposta da Disciplina didática. As diretrizes desses documentos têm como fundamento teórico-metodológico o materialismo histórico do qual se origina a pedagogia histórico-crítica, que, em sala de aula, se expressa na metodologia dialética de construção sócio-individualizada do conhecimento.
Após esse primeiro curso, já ministramos dezenas de outros envolvendo os três graus de ensino. Nesses cursos desenvolvemos os seguintes passos metodológicos:
1 - Realização de breves estudos sobre as teorias educacionais conhecidas como Tradicional, Escolanovista e Tecnicista. Estas nos possibilitam conhecer as expressões pedagógicas que marcaram as propostas educacionais em diversos momentos históricos.
2 - Análise da proposta de Pedagogia Histórico-Crítica, apresentada por Saviani em seu livro Escola e Democracia. O estudo dessa teoria mostra-nos como ela incorpora e supera as anteriores e se constitui uma via teórico-metodológica consistente e viável, possibilitando ao aluno um engajamento total na construção de seu conhecimento.
3 - Tradução da Pedagogia Histórico-Crítica para a prática docente como forma de planejamento de conteúdos e de atividades escolares e também como método de trabalho cotidiano em sala de aula.
Cada curso desenvolve-se segundo o método: prática-teoria-prática. Isto significa partir sempre da prática social empírica atual, contextualizando-a, passando, em seguida, à teoria que ilumina essa prática cotidiana, a fim de chegar a uma nova prática social mais concreta e coerente.
Os resultados obtidos até o presente são incipientes, porém animadores, uma vez que o trabalho desenvolvido pelos professores em seu dia-a-dia escolar, após os cursos, tentando por em prática essa metodologia, mostra que ela é possível e de muito interesse para os educandos, pois eles são permanentemente desafiados a participarem ativamente na construção de seu conhecimento.


PASSOS DA METODOLOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
Todos os cursos se iniciam pela descrição da última aula que cada participante ministrou. Analisam-se, em seguida, as diversas aulas à luz das teorias educacionais a fim de os professores começarem a perceber onde se situa sua ação pedagógica. Passa-se, então, ao estudo detalhado da Pedagogia Histórico-Crítica e de sua tradução para a prática docente.
A parte final de cada curso consiste em planejar, segundo a nova proposta metodológica, um tópico do conteúdo específico que cada um dos professores participantes desenvolverá com seus alunos na escola em que atua.
O resultado do planejamento se expressa num plano de unidade onde se busca traduzir para a prática do cotidiano escolar a nova perspectiva de trabalho.
A fim de mais claramente visualisarmos o processo pedagógico que levamos a efeito no estudo teórico-prático dessa teoria, descreveremos, resumidamente, cada uma das cinco fases em que se divide a proposta metodológica da Pedagogia Histórico-Crítica, evidenciando como entendemos que cada um desses passos deva ser traduzido para a prática escolar.
1) PRÁTICA SOCIAL INICIAL
Saviani (1991:79-80) ao explicitar essa primeira fase de seu método pedagógico afirma que ela é o ponto de partida de todo o trabalho docente.
Este passo consiste no primeiro contato que o aluno mantém com o conteúdo que será trabalhado pelo professor. É a percepção que o educando possui sobre o tema de estudo. Freqüentemente é uma visão de senso comum, empírica, geral, um tanto confusa, sincrética, onde tudo, de certa forma, aparece como natural.
O professor, por seu lado, posiciona-se em relação à mesma realidade de maneira mais clara e, ao mesmo tempo, com uma visão mais sintética.
A diferença entre os dois posicionamentos deve-se, entre outras razões, ao fato de o professor, antes de iniciar seu trabalho com os alunos, já ter realizado o planejamento de suas atividades, onde vislumbrou todo o caminho a ser percorrido. Isso lhe possibilita conduzir o processo pedagógico com segurança dentro de uma visão de totalidade.
Esse passo se caracteriza por ser uma preparação e uma mobilização do aluno para a construção do conhecimento. É uma primeira leitura da realidade, ou seja, o contato inicial com o tema a ser estudado.(Vasconcelos,1993:44).
O professor anuncia aos alunos o conteúdo que será trabalhado. Dialoga com eles sobre esse tema buscando verificar qual o domínio que já possuem e que uso fazem na prática social cotidiana.
Realiza um levantamento de questões ou problemas envolvendo essa temática; mostra aos alunos o quanto já conhecem, ainda que de forma caótica, a respeito do conteúdo que será trabalhado; evidencia que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula, já está presente na prática social como parte constitutiva dela.
Esta fase consiste em desafiar os alunos a mostrarem o que já sabem sobre cada um dos itens que serão estudados.
O levantamento sobre a prática social do conteúdo é sempre feito a partir do referencial dos alunos.
Esta forma de encaminhamento mostra aos educandos que eles já conhecem na prática o conteúdo que a escola pretende lhes ensinar.
A prática social inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É a conscientização do que ocorre na sociedade relativamente àquele tópico a ser trabalhado.
Mas como trabalhar com a prática social, com essa leitura da realidade, em cada campo específico do conhecimento?
Entendemos que essa é uma tarefa que cada professor, em sua área, deve aos poucos descobrir a fim de criar um clima favorável para a construção do conhecimento.
Para a realização dessa primeira fase os cursistas constituem equipes de estudo por disciplinas ou áreas afins. Sua primeira tarefa consiste na definição dos conteúdos ( unidade, tópicos e subtópicos) que seriam trabalhados posteriormente com seus alunos.
Ainda que na seqüência formal do plano os conteúdos apareçam listados na segunda fase do processo, ou seja, na Instrumentalização, na prática escolar, porém, eles são o ponto inicial do trabalho pedagógico.
De posse dos itens de conteúdo que efetivamente se espera desenvolver, cada equipe inicia a elaboração de uma grande quantidade de perguntas sobre cada tópico a ser estudado. Na prática cotidiana essa tarefa será realizada pelo professor e seus respectivos alunos em sala de aula.
Para a construção dessas questões, no momento de planejamento, os professores colocam-se no papel de alunos, buscando prever quais perguntas eles fariam, levando em conta o domínio e uso do conteúdo na vida social dos educandos.
Esse trabalho consiste no levantamento e listagem de questões da vivência cotidiana do educando sobre o conteúdo a ser ministrado. É a demonstração daquilo que o aluno já sabe e a explicitação de que já existe em sua prática social o conteúdo escolar. É a mobilização do aluno para a construção do conhecimento. É sua visão sobre o conteúdo até aquele momento.
2 - PROBLEMATIZAÇÃO
Esse passo se constitui o elo entre a Prática Social e a Instrumentalização. É a "identificação dos principais problemas postos pela prática social. (...) Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar" (Saviani, 1991:80).
O conhecimento de que estamos falando são os conteúdos historicizados.
Para fins desse estudo, delimitamos e entendemos que os principais problemas postos pela prática social são os relativos aos conteúdos que estão sendo trabalhados numa determinada unidade do programa.
Os "principais problemas" são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e pelos alunos e que precisam ser resolvidas , não pela escola, ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um todo. Para isso se torna necessário definir quais conteúdos os educadores e os educandos precisam dominar para resolver tais problemas, ainda que, inicialmente, na esfera intelectual.
A problematização tem como finalidade selecionar as principais questões levantadas na prática social a respeito de determinado conteúdo. Essas questões orientam todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor e pelos alunos.
Essa fase consiste, na verdade, em selecionar e discutir problemas que tem sua origem na prática social, descrita no primeiro passo desse método, mas que se ligam e procedem ao mesmo tempo também do conteúdo a ser trabalhado. Serão, portanto, grandes questões sociais, mas limitadas ao conteúdo da unidade que está sendo trabalhada pelo professor.
A problematização é o questionamento do conteúdo relacionado à prática social, em função dos problemas que precisam ser resolvidos no cotidiano das pessoas.
Relacionando o conteúdo com a prática social definem-se as questões que através desse conteúdo específico podem ser encaminhadas e resolvidas. Elabora-se uma série de perguntas que orientam a análise e apropriação do conteúdo.
O processo ensino-aprendizagem, neste caso, está em função das questões levantadas na prática social e retomadas de forma mais profunda e sistematizada nessa segunda fase.
Nessa etapa do processo duas são as tarefas principais:
1- Determinação dos conteúdos em suas dimensões científica, social e histórica.
2 - Levantamento, em cada tópico ou subtópico, das principais questões da prática social, diretamente relacionadas aos conteúdo, levando em conta as três dimensões apontadas.
Para a execução de cada um desses passos há que tomar o conteúdo do programa elaborado e levantar junto com os alunos as questões sociais básicas que abrangem o conteúdo a ser desenvolvido.
Como o conteúdo será trabalhado levando-se em conta as dimensões científica, social e histórica, as perguntas que forem elaboradas devem expressar a mesma perspectiva.
Como forma prática para selecionar as questões fundamentais proceda-se da seguinte maneira: repita-se cada item do conteúdo e, em seguida, formule-se junto com os alunos, questões que abranjam a totalidade desse tópico nas dimensões assinaladas.
As perguntas selecionadas serão respondidas na fase da Instrumentalização quando os alunos estarão efetivamente construindo de forma mais elaborada seu conhecimento.
A Problematização é o fio condutor de todas as atividades que os alunos desenvolverão no processo de construção do conhecimento.
3 - INSTRUMENTALIZAÇÃO


Esta fase, segundo Saviani (1991:103) consiste na apreensão "dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. (...) Trata-se da apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta que travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração em que vivem".
É o momento de evidenciar que o estudo dos conteúdos propostos está em função das respostas a serem dadas às questões da prática social que foram consideradas fundamentais na fase da Problematização.
A tarefa do professor e dos alunos desenvolver-se-á através de ações didático-pedagógicas necessárias à efetiva construção conjunta do conhecimento nas dimensões científica, social e histórica.
Em cada área de conhecimento, os professores utilizarão as formas e os instrumentos mais adequados para a apropriação construtiva dos conteúdos.
Em sentido prático, retomam-se os conteúdos e, a cada tópico, especificam-se os processos e os recursos que serão utilizados para a efetiva incorporação dos conteúdos, não apenas como exercício mental, mas como uma necessidade social.
Cada tópico que vai sendo trabalhado deverá responder às questões que a partir dele foram levantadas e selecionadas na Problematização.
Este é o momento do método que faz passar da síncrese à síntese a visão do aluno sobre o conteúdo escolar presente em sua vida social.
Essa etapa consiste em realizar as operações mentais de analisar, comparar, criticar, levantar hipóteses, julgar, classificar, conceituar, deduzir, generalizar, discutir, explicar, etc.
Na Instrumentalização o educando e o professor efetivam o processo dialético de construção do conhecimento que vai do empírico ao abstrato para o concreto.
4 - CATARSE
Uma vez incorporados os conteúdos e os processos de sua construção, ainda que de forma provisória, é chegado o momento em que o aluno é solicitado a mostrar o quanto se aproximou da solução dos problemas anteriormente levantados sobre o tema em questão.
Esta é a fase em que o educando manifesta que assimilou, que assemelhou a si mesmo, os conteúdos e os métodos de trabalho em função das questões anteriormente enunciadas.
Agora ele traduz oralmente ou pôr escrito a compreensão que teve de todo o processo de trabalho. Expressa sua nova maneira de ver a prática social. É capaz de entendê-la em um novo patamar, mais elevado, mais consistente e estruturado. É a síntese que o aluno efetua, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção no todo social.
O educando mostra que de uma síncrese inicial sobre a realidade social do conteúdo que foi trabalhado, chega agora a uma síntese, que é o momento em que ele estrutura, em nova forma, seu pensamento sobre as questões que conduziram a construção do conhecimento. Esta é a nova maneira de entender a prática social. É o momento em que o aluno evidencia se de fato incorporou ou não os conteúdos trabalhados.
Segundo Saviani (1991:80-1) "catarse é a expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se ascendeu.(...) O momento catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo educativo, já que é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese".
Conforme Wachowicz (1989 :107), a catarse "é a verdadeira apropriação do saber por parte dos alunos".
Na catarse o aluno mostrará que a realidade que ele conhecia antes como "natural", não é exatamente desta forma, mas é "histórica", porque produzida pelos homens em determinado tempo e lugar, com intenções políticas implícitas ou explícitas, atendendo a necessidades sócio-econômicas históricas, situadas, desses mesmos homens.
Este é o momento da avaliação que traduz o crescimento do aluno, que expressa como se apropriou do conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de concepção da realidade social e, como, enfim, passou da síncrese à síntese.
É a avaliação da aprendizagem do conteúdo, entendido como instrumento de transformação social.
Como o aluno mostrará que aprendeu?

Neste momento são montados os instrumentos e definidos os critérios que mostram o quanto o aluno se apropriou de um conteúdo particular como uma parte do todo social.
Conforme as circunstâncias, a avaliação pode ser realizada de maneira informal, ou formal. No primeiro caso, o aluno, por iniciativa própria, manifesta se incorporou ou não os conteúdos e os métodos na perspectiva proposta pelas questões da Problematização. No segundo, o professor elabora as questões que deverão oferecer ao educando a oportunidade de se manifestar sobre o conteúdo aprendido.
5 - PRÁTICA SOCIAL FINAL
O ponto de chegada do processo pedagógico na perspectiva histórico-crítica é o retorno à Prática Social.
Conforme Saviani (1991:82), a prática social inicial e final é a mesma, embora não o seja. É a mesma enquanto se constitui "o suporte e o contexto, o pressuposto e o alvo, o fundamento e a finalidade da prática pedagógica. E não é a mesma, se considerarmos que o modo de nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação da ação pedagógica...".
Professor e alunos se modificaram intelectual e qualitativamente em relação a suas concepções sobre o conteúdo que reconstruiram, passando de um estágio de menor compreensão científica, social e histórica a uma fase de maior clareza e compreensão dessas mesmas concepções dentro da totalidade.
Este é o momento em que docente e educandos elaborarão um plano de ação a partir do conteúdo que foi trabalhado. É a previsão do que aluno fará e como o desempenhará pôr ter aprendido um determinado conteúdo. É o seu compromisso com a prática social, uma vez que esse método de estudo tem como pressuposto a articulação entre educação e sociedade.
O passo final desta proposta didático-pedagógica consiste basicamente de dois pontos:
a) Nova postura mental do aluno frente à realidade estudada. É a nova maneira de compreender o conteúdo estudado situando-o de maneira histórico-concreta na totalidade.
b) Proposta concreta de ação por ter aprendido um determinado conteúdo. É o compromisso concreto do aluno. É o que ele fará na vida prática, em seu cotidiano, tanto individualmente como coletivamente. Essa proposta de trabalho pode referir-se tanto a ações intelectuais quanto a trabalhos manuais, físicos.
A prática Social Final é o momento da ação consciente do educando na realidade em que vive.


CONCLUSÃO
A proposta metodológica da Pedagogia histórico-crítica é um caminho de apropriação e de reconstrução do conhecimento sistematizado buscando evidenciar que todo o conteúdo que é trabalhado na escola é uma expressão de necessidades sociais historicamente situadas.
Esse conteúdo é reapropriado e reelaborado pelo aluno através do processo pedagógico e retorna agora, de maneira nova e compromissada, para o cotidiano social a fim de ser nele um instrumento a mais na transformação da realidade.
Os passos pedagógicos de construção do conhecimento escolar, apresentados aqui de maneira formal , aparecem como se fossem independentes e estanques, mas, na realidade prática eles constituem um todo indissociável e dinâmico, onde cada fase interpenetra as demais.
Assim, a Prática Social Inicial e Final são o contexto de onde provém e para onde retorna o conteúdo reelaborado pelo processo escolar. A Problematização, a Instrumentalização e a Catarse são os três passos de efetiva construção do conhecimento na e para a prática social.


BIBLIOGRAFIA
1. CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná - Curitiba, 1992.
2. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2ªed.- Campinas, SP:Autores Associados,2003.
3. PROJETO DE AVALIAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DA HABILITAÇÃO MAGISTÉRIO - Proposta da Disciplina Didática. Curitiba, SEED, 1989.
4. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia, São Paulo, Cortez, 1991.
5. VASCONCELOS, Celso dos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo, Libertad - Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1993.
6. WACHOWICZ, Lilian Anna. O método dialética na Didática. Campinas, Papirus, 1989.

ANOTAÇÕES






FONTE: http://miriamsalles.info/wp/wp-content/uploads/mafaldamaquina.jpg





A ÁGUA NA HISTÓRIA DOS POVOS
INFORMAÇÕES DA AULA
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Conhecer a importância da água na história da humanidade. Noções básicas sobre os sistemas de drenagens. Saneamento básico e saúde pública
Duração das atividades: 2 a 3 aulas
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno: Ciclos da água
Data de publicação: 27/08/2008


ROTEIRO DE TRABALHO COMENTADO


Aluno-mestre:
Proposta de aula para a turma/série:
Carga Horária prevista:
Escola/Instituição:
Bimestre:
Disciplina:
Título/tema :


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O quê? Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais), habilidades e competências.
Para quê? Finalidade social do aprendido – prática social.
Um objetivo para cada conteúdo listado.


1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:


Listagem: (listar unidade e tópicos)
Conteúdo
Eixos/linguagens






Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
O que os alunos já sabem sobre o tema.Conversar com o professor da turma, quais os temas já trabalhados com os alunos sobre a aula a ser dada.




2. PROBLEMATIZAÇÃO (DISCUSSÃO): Segundo Gasparin a problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o conhecimento. Discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Os principais problemas são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e pelos alunos e que precisam ser resolvidas, não pela escola, ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um todo. Pode ser em forma de perguntas. Os estudantes vão levantar muitos pontos que gostariam de estudar, mas nem sempre podemos trabalhar tudo, então deve-se selecionar com o grupo os principais problemas a serem discutidos na unidade. Uma discussão que inicia uma motivação para as próximas aulas. O professor pode propor algumas questões para iniciar esta atividade.


Linguagens - eixos:
  • Científico:
a) Linguagem matemática
b) Formação de conceitos
c) Linguagem científica
d) Arte
e) Produção textual
f) Interpretação
g) Domínio do código
h) Leitura
i) Oralidade
  • Ético-político
a. Valores individuais
b. Valores políticos
c. Meio de comunicação
d. Valores éticos
e. Relação de poder
f. Valores coletivos
g. Valores morais
h. Relações sociais
  • Sócio-ambiental
a. Recursos naturais
b. Valores, hábitos e atitudes
c. Exploração dos recursos
d. Preservações naturais
e. Homem, trabalho e a cultura
  • Estético-cultural
a. Arte mundial
b. Arte regional
c. Arte nacional
d. Cultura popular
e. Cultura erudita

3 INSTRUMENTALIZAÇÃO/DESENVOLVIMENTO:


Descrever o passo a passo da aula em si, ou seja, como fará a ligação da prática social inicial com o tema selecionado.
Introduzir o novo assunto e desenvolver o conteúdo, as atividades, fechamento ou síntese integradora, onde o aprendiz poderá expressar a sua compreensão do assunto estudado.
A metodologia da aula deverá prever a participação do aluno, podendo ser: aula expositiva dialogada, leitura de mundo, leitura orientada de textos selecionados, trabalhos em grupo, seminário, entrevistas com pessoas, análises de cenas de vídeos ou filmes, produções escritas, encenações, atividades práticas, experimentos, entre outros. Prever como vai trabalhar cada uma das linguagens propostas.


Recursos pedagógicos necessários para a aula: Colocar em anexo os textos e atividades, jogos, imagens, indicações de vídeos e demais recursos, etc.


4 CATARSE:


Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. É quando o conteúdo empírico se torna científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Totalidade concreta (pensamento elaborado). Resumo com as linguagens propostas.


4.1 Síntese: (Texto que expressa a síntese da aula, ou seja, o que o aluno deverá se apropriar e demonstrar ao final das atividades)


4.2 Avaliação: Expressão da síntese: avaliação, atendendo às linguagens trabalhadas, utilizando diversos instrumentos de coleta de dados.


5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:


Nova postura prática ante a realidade: Intenções, predisposições, prática, novo conhecimento. O estudante coloca em execução o que propôs.
5.1 Intenções do aluno: nova postura prática, nova atitude sobre o conteúdo






5.2 Ações do aluno: nova prática social do conteúdo - transformação social






REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:




ANEXOS:











ROTEIRO DE TRABALHO


Aluno-mestre:
Proposta de aula para a turma/série:
Carga Horária prevista:
Escola/Instituição:
Bimestre:
Disciplina:
Título/tema :


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:









1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:


Listagem:
Conteúdo
Eixos/linguagens
















Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:








2. PROBLEMATIZAÇÃO (DISCUSSÃO):










Linguagens - eixos:
  • Científico:
  • Ético-político
  • Sócio-ambiental
  • Estético-cultural












3 INSTRUMENTALIZAÇÃO/DESENVOLVIMENTO:




























Recursos pedagógicos necessários para a aula:





4 CATARSE:










4.1 Síntese:






4.2 Avaliação:










5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:


5.1 Intenções do aluno:





5.2 Ações do aluno:






REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:




ANEXOS:












ESQUEMA DA AULA


MARX
PRÁTICA
TEORIA
PRÁTICA
VYGOSTKY
NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ATUAL
Somos desnecessários.
ZONA DE DESENVOLVIMENTO IMEDIATO


O estudante preciso da ajuda de alguém. O Professor é necessário.
NOVO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ATUAL
Somos desnecessários.
SAVIANI
PRÁTICA SOCIAL
PROBLEMATIZAÇÃO
INSTRUMENTALIZAÇÃO
CATARSE
PRÁTICA SOCIAL
GASPARIN
Prática inicial do conteúdo
Problematização
Instrumentalização
Catarse
Prática final do conteúdo
o O que o aluno já sabe: visão da totalidade empírica.
o Desafio: o que o aluno gostaria de saber a mais?
· Identificação e discussão dos principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo.
· Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas.
· Ações docentes e discentes para construção do conhecimento.
· Relação aluno x objeto do conhecimento através da mediação docente.
· O professor trabalha o conhecimento científico.
· Elaboração e expressão teórica da síntese, da nova postura mental.
· Avaliação: deve atender às dimensões e aos objetivos.
· Intenções do aluno e a nova atitude sobre o conteúdo e da forma de agir.
· Ações do aluno.

METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA PRÁXIS
Profa Angela e Profa Adriana
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA




· MÉTODO DE ENSINO
METODO DE ESTUDO
ASSOCIADA AO CONCEITO DE PRÁXIS






METODOLOGIA:


· REALIDADE SOCIAL: como ponto de partida e de chegada;
· processo criativo de ação-reflexão sobre um determinado aspecto extraído, observado ou vivido;
· este aspecto será traduzido em nova ação (mais elaborado);
· provocar intencionalmente alguma transformação;




ETAPAS:


· OBSERVAÇÃO
o Observar algo relacionado à temática de estudo.
o Perceber o que é pertinente.
o O conhecimento permite ao aluno ver determinado aspecto como problema.
o Problematização: exercício intelectual e social.
· VÁRIOS PROBLEMAS
o Dadas as condições, analisar se todos os problemas poderão ser estudados ou se priorizará um deles.
o Para selecionar o problema (usar critérios).
· PONTOS CHAVES
o Identificá-los no problema:
o Quais as suas possíveis causas
o Quais seus possíveis determinantes contextuais
o Quais seus componentes e seus desdobramentos
· TEORIZAÇÃO
o Resposta das questões anteriores darão origem à uma lista de: preocupações; afirmações iniciais; novas perguntas; pressupostos orientadores de estudo; tópicos a serem explorados; diferentes formas de elaboração.
o Usar idéias e teorias já disponíveis sobre o problema.
o Se houver necessidade voltar à observação.
o Buscar sistematicamente informações técnicas, científicas, empíricas, oficiais, com auxílio de procedimentos de pesquisa.
o DIFERENTES ÂNGULOS DO PROBLEMA SÃO ANALISADOS A PARTIR DAS INFORMAÇÕES COLHIDAS EM DIVERSAS FONTES.
· HIPÓTESES DE SOLUÇÃO
o Momento de comparar crenças iniciais com as informações atuais.
o Pode-se reforçar posições anteriores, reformular posições iniciais.
o Aprendizagem efetiva vem da relação da teoria com a percepção dos fenômenos concretos, reais.
o Encontrar alternativas;
o Elaborar propostas de superação do problema central em estudo;
· APLICAÇÃO À REALIDADE (prática)
o Ações sobre a realidade, que devem ser tomadas, executadas ou encaminhadas;
o Compromisso dos alunos com o seu meio;
o Aplicação à realidade
§ O que fazer
§ Como fazer, em que condições
§ Com que estratégias
§ Com que recursos
§ Para obter que efeitos
§ Com que finalidade e para beneficiar a quem
o Condições objetivas
§ Nível de conhecimento
§ Disponibilidades das pessoas envolvidas
§ Autoridade; poder necessário para intervenção
§ Uso das estratégias; momento oportuno
§ Grau de comprometimento e consciência social
PRINCÍPIOS
· As pessoas que participaram, cedendo informações para a pesquisa, deverão receber o retorno de toda a elaboração feita por eles.
· Aspectos da Transformação
o Do início ao final do processo de estudo, o que acontece com o pesquisador, em termos de mobilização intelectual, afetiva, política e social
o Em termos de método de estudo e de leitura sobre essa realidade, que conseqüências essa experiência poderá ter lhe proporcionado
o Que experiência de vida poderá representar a etapa final, da ação para a transformação, por mínima que seja, da realidade social a que pertence
o Associação entre o conceito de práxis e conceito de metodologia da problematização


CONCEITO DE PRÁXIS E FORMAÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA DA PRÁXIS
(VASQUEZ, 1977) – consciência da práxis como atividade material do homem que transforma o mundo natural e social par fazer dele um mundo humano.
· Adota concepção marxista;
· Guia para interpretar e transformar o mundo; teoria:pratica


PRÁXIS É DIFERENTE DE PRÁTICA
· PRÁXIS: é atividade transformadora, consciente e intencionalmente realizada.
COMO SE CHEGA À CONSCIÊNCIA DA PRÁXIS
· Superar ponto de vista limitado da consciência idealista;
· Ir além da consciência comum;
· Superar consciência mistificada
· Ascender a um ponto de vista mais objetivo, científico
· Unir conscientemente pensamento e ação
· Partir da realidade cotidiana para a concepção filosófica;
· Ver-se como sujeito histórico;


CURSOS DE FORMAÇÃO
Há uma grande lacuna entre o pensar e o agir profissional na educação, em todos os níveis de escolaridade.


Importância da consciência política
A despolitização cria um vazio muito grande nas consciências, que pode ser facilmente preenchido por atos, preconceitos e hábitos, impingidos por forças interessadas.


ESCOLA
· QUE PAPEL SOCIAL VAI DESEMPENHAR
· Conservação-reprodução
· transformação


Concepção de práxis humana
É à luz da categoria da práxis, que devem ser abordados, segundo a concepção histórico crítica de sociedade, os problemas do conhecimento, da história, da sociedade e do próprio ser.


Teoria-metodologia da problematização
Não transformar todos os homens em filósofos, mas que a maior parte deles tenha uma consciência mais elevadas de si mesmo e do mundo em que vive.


Pela continuidade das experiências com a Metodologia da Problematização
A escola pode participar da formação de cidadãos mais conscientes, críticos e criativos, para atuar numa sociedade ainda tão desumanizada, para transformá-la.


FONTE:
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano da práxis. Revista Semina. Londrina. V. 17. Edição especial. p. 7 a 12. nov. 1996.




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