sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Medida de tempo no calendário

Medida de tempo no calendário
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Objetivos
- Entender como números funcionam num contexto específico: o calendário.
- Familiarizar-se com uma forma particular de organizar a informação, identificando a passagem do tempo apoiando-se no calendário.

Conteúdos - Utilização dos números.
- Medição social do tempo.

Tempo estimado
O ano todo.

Ano
1º ao 3º

Material necessário
Calendário tipo folhinha com uma página para cada mês.

Flexibilização para deficiência visual
Além do calendário convencional, outro em braile (pode ser produzido no AEE com a participação do aluno).

Desenvolvimento
1ª etapa
Embora os alunos vejam calendários todos os dias, é importante ampliar e sistematizar as experiências para que todos possam dar sentido a sua utilização. Ele pode ser usado para aprender sobre o tempo, mas também como fonte de informação e pesquisa para a leitura e o registro de números. Para iniciar esta atividade, leve para a sala de aula um calendário tipo folhinha e deixe-o em um lugar visível. Pergunte para a turma quem tem um calendário parecido em casa e como ele é usado. Explique que o calendário poderá ser consultado em diferentes momentos: para associar uma data a uma tarefa, para saber o dia do aniversário dos colegas ou para lembrar a turma de que um passeio está agendado. Diariamente, um dos alunos será responsável por localizar a data e escrevê-la no quadro para que seus colegas possam anotar em seus trabalhos. Encontrar e copiar uma data ou saber o dia em que se está são atividades que, com o tempo, deixam de ser desafiadoras. Exemplo: se você propõe que uma criança marque no calendário o dia de hoje com um X e repete a proposta no dia seguinte, bastará que ela olhe para o número localizado logo depois do X. A tarefa será cumprida de maneira mecânica e sem nenhum ganho de conhecimento. Por isso, apresente aos alunos calendários que não tenham essas marcas para que eles coloquem em ação diferentes procedimentos.

Flexibilização para deficiência visual Peça que o AEE providencie calendários para cegos e pergunte ao aluno se ele tem um desses em casa. Deixe que todos identifiquem semelhanças e diferenças entre os calendários. É importante fazer marcas salientes no chão que indiquem o caminho até o calendário em braile. Todos os dias, o aluno deficiente também deve localizar a data em seu calendário.

2ª etapa Coloque o calendário no quadro e solicite aos alunos que marquem a data de aniversário de cada um. Em seguida, monte um quadro, colocando o nome, a data do aniversário e a idade de cada um. Então, elabore questões como: "Quantos alunos fazem aniversário em março?" e "Qual é o mês com a maior quantidade de aniversariantes?".

Flexibilização para deficiência visual Amplie o tamanho do calendário ou faça-o em duas folhas e duplique a informação acrescentando as datas e os nomes em braile.

3ª etapa O calendário é um instrumento importante também para organizar a rotina escolar. Leve-o para a sala de aula devidamente preparado com espaços (veja o exemplo abaixo) e ajude os alunos a marcarem os acontecimentos e compromissos importantes do grupo para o ano - feriados, eventos organizados na escola, passeios etc.



4ª etapa
Além da utilização do calendário como instrumento de organização, é possível, vez por outra, utilizá-lo para calcular durações. Por exemplo: quando se deseja saber quantos dias faltam para um passeio, para um aniversário ou para a entrega de uma pesquisa, quantos dias se passaram desde o início do mês, e assim por diante. Para que pensem sobre isso, você precisará fazer a contagem com os alunos ou colocar uma situação-problema para que eles resolvam, como as seguintes: "Quantos dias faltam para a visita ao jardim zoológico?"; "Vocês já sabem que ensaiamos toda terça-feira. Então, quantos dias teremos de ensaio até a festa de junho?"; "Observem a lua no céu durante duas semanas e marquem no calendário a data em que ela muda de fase". A resolução de problemas envolvendo cálculo de tempo - em dias, meses e anos - também é importante. Por exemplo: "Se um trimestre tem três meses, quantos dias tem um trimestre?". Nesse caso, discuta que valor se deve considerar: se for um trimestre em geral, o senso comum é que se considere o mês de 30 dias - portanto, um trimestre terá 90 dias. Mas se forem os meses de fevereiro, março e abril de 2011, o valor será de 28 + 31 + 30, o que resulta em 89 dias. Também é possível se fazer o cálculo de quantos dias tem o bimestre ou o semestre. Se a classe já trabalha com números maiores, o cálculo pode ser de quantos meses tem 6 ou 7 anos, e quantos meses já viveram até aquele momento. Se achar que a turma está acompanhando o conteúdo, discuta sobre cálculos mais exatos: "Se Maria nasceu a 10 de maio de 2004 e estamos em 20 de agosto de 2011, ela já viveu sete anos e quantos meses?". Aqui entra a discussão de quantos meses inteiros é preciso acrescentar, e pode-se chegar ao cálculo de quantos dias faltam para completar um mês.

Flexibilização para deficiência visual
Repita as intervenções anteriores, sempre estimulando sua atuação e aprendizagem. Quanto às perguntas do professor para a contagem dos dias que faltam para determinado evento, disponibilize para ele um calendário individual em braille em que possa utilizá-lo para compreender as perguntas do professor e fazer os cálculos. Nesses momentos, coloque-o em dupla com um colega que possa auxiliá-lo nessa tarefa. Avalie seu repertório quanto à nomenclatura dos meses, quantidade de dias em um ano e no bimestre etc. Organize atividades extras, para fazer em casa ou no AEE, que lhe darão melhores condições de participação.

5ª etapa
Crie situações fictícias que envolvam localizar ou obter informações disponíveis no calendário. Proponha aos alunos que eles localizem no calendário as informações disponíveis em uma carta. Neste problema, a informação dada em linguagem coloquial deverá ser localizada no calendário do mês de janeiro. Observe como os alunos localizam as datas e quais das atividades mencionadas são registradas. Eles podem localizar os dias das excursões, as datas da carta e do começo e do final da viagem de férias.



Flexibilização para deficiência visual
Se o aluno com deficiência visual já for leitor, ofereça-lhe o texto em braile ou organize uma dupla para que seu colega faça a leitura em voz alta.

6ª etapa
Peça que os alunos confeccionem uma agenda. Você pode propor que eles utilizem um caderno do tipo caderneta, ou um agrupamento de folhas sulfite cortadas em quatro e grampeadas em número suficiente para o registro de um bimestre. Leve agendas de anos anteriores para que os estudantes observem como são organizadas. Discuta os dados disponíveis nela: dias, meses e ano. Ao confeccionar a agenda, o propósito é que coloquem em prática os conhecimentos já adquiridos sobre o ano, os meses e os dias. Elabore com os alunos uma lista do que deve constar na agenda e onde pesquisar o que for necessário (calendário do ano, agendas em geral). Discuta se é necessário deixar espaço para o sábado e o domingo (já que é uma agenda das atividades escolares) e, se for necessário, qual seria esse espaço. Para que a agenda seja realmente usada, proponha que em todo início de aula seja anotado o que foi planejado para o dia e que, ao final do dia, seja registrado o que realmente se efetivou. Para isso, reserve 10 a 15 minutos de aula. Cada aluno faz as suas anotações individuais, sem necessidade de cópia do quadro, principalmente ao final da aula. É possível também fazer anotações de compromissos futuros.

Flexibilização para deficiência visual Encaminhe a construção dessa agenda para que o aluno a realize junto ao AEE. Discuta com o AEE as formas mais acessíveis de organizá-la, talvez em blocos semanais. Quanto ao registro, o aluno pode ditar a um escriba (colega ou professor) ou fazer uso de punção e lâmina para a escrita em braile.

Avaliação
No segundo semestre, depois de já ter trabalhado todo o primeiro semestre com o calendário, você pode propor que os alunos, divididos em grupos, confeccionem um para o ano seguinte. Para escolher o tema de ilustrações que vão acompanhar cada mês, peça que os alunos tragam para a escola diferentes calendários e analisem conjuntamente quais são as temáticas de cada um. Com base nessas referências, cada grupo decide qual será o tema do seu calendário. Nessa confecção, os alunos enfrentam problemas relativos à distribuição da informação, suas características e regularidades (sete dias por semana, a quantidade de dias em cada mês etc.). Por exemplo: por que a tabela começa sempre com um domingo, mas nem sempre a gente coloca um número ali? Por que alguns dias são vermelhos? Quantas folhas terá o nosso calendário? Para ajudar nessa reflexão, você pode propor algumas questões: quantos meses tem um ano? Quantos dias tem uma semana? Quantas semanas tem um mês? Quantos dias tem cada mês? Quais meses têm 30 dias? Quais são os meses com 31 dias de duração? E fevereiro, quantos dias tem? Quantas semanas tem um ano? Além das ilustrações de cada mês, não se deve deixar de registrar os feriados previstos, tanto os nacionais, quanto os estaduais e municipais. Como os alunos já pesquisaram as mudanças de fases da lua, você também pode pedir que pesquisem e registrem em que dias estão previstas as mudanças dessas fases no calendário a ser confeccionado.

Flexibilização para deficiência visual Organize um grupo para o estudante portador de deficiência visual com alunos mais avançados e que sejam colaboradores. Faça intervenções de modo a garantir seu espaço de participação, que será maior na discussão do que na execução das tarefas. Ele pode auxiliar os colegas separando materiais, dando ideias para os temas ou para as formas de registro da atividade. No AEE, o estudante deficiente poderá fazer essa mesma proposta, construindo um calendário em braile que será utilizado no próximo ano.

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