sexta-feira, 27 de setembro de 2013

como trabalhar a consciencia fonologica

Sabemos, hoje, que a consciência fonológica é um vasto conjunto de habilidades que nos permitem refletir sobre as partes sonoras das palavras (cf. BRADLEY; BRYANT, 1987; CARDOSOMARTINS, 1991; FREITAS, 2004; GOMBERT, 1992). Sim, além de usar as palavras para nos comunicar, podemos assumir diante delas uma atitude metacognitiva, refletindo sobre sua dimensão sonora. A consciência fonológica, ou o conhecimento acerca da estrutura sonora da linguagem, desenvolve-se nas crianças ouvintes no contato destas com a linguagem oral de sua comunidade. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral que essa habilidade metalinguística desenvolve-se, desde que a criança se vê imersa no mundo lingüístico. Diferentes formas linguísticas a que qualquer criança é exposta dentro de uma cultura vão formando sua consciência fonológica, entre elas destacamos as músicas, cantigas de roda, poesias, parlendas, jogos orais, e a fala, propriamente dita. AS SUB-HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA SÃO: 1. CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS 2. CONSCIÊNCIA SILÁBICA 3. RIMAS E ALITERAÇÕES 4. CONSCIÊNCIA FONÊMICA 1. CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS Também chamada de consciência sintática, representa a capacidade de segmentar a frase em palavras e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las numa sequência que dê sentido. Esta habilidade tem influência mais precisa na produção de textos e não no processo inicial de aquisição de escrita. Ela permite focalizar as palavras e sua posição na frase. Além disso, ordenar corretamente uma oração ouvida com as palavras desordenadas também é uma capacidade que depende desta habilidade. 2. CONSCIÊNCIA SILÁBICA Consiste na capacidade de segmentar as palavras em sílabas. Esta habilidade depende da capacidade de realizar análise e síntese vocabular. São atividades como contar o número de sílabas, dizer qual é a sílaba inicial, medial ou final de uma determinada palavra e também contar, segmentar, unir, adicionar, suprimir, substituir e transpor uma sílaba da palavra formando um novo vocábulo. 3. RIMAS E ALITERAÇÕES A rima representa a correspondência fonêmica entre duas palavras a partir da vogal da sílaba tônica. As rimas podem ser : Ø da palavra – igualdade entre os sons desde a vogal ou ditongo tônico até o último som: SAPATINHO - PASSARINHO Ø da sílaba – formada por palavras que terminam com o mesmo som. BALÃO – MÃO Ø sonora, ou seja, as palavras rimam, pois o som em que terminam é igual, independente da forma ortográfica. OSSO e PESCOÇO 3.1. ALITERAÇÕES Realiza-se por meio de sons semelhantes, não de letras. De modo que a aliteração consiste na repetição de consoantes ou de sílabas – especialmente as sílabas tônicas – em duas (ou mais) palavras, dentro do mesmo verso, estrofe, ou numa frase. Geralmente, a repetição dos sons consonantais é feita no início e no interior de palavras, ou, então, em sílabas iniciais: • Chegamos de uma terra feia, fria, fétida, fútil. • “Toda gente homenageia Januária na janela.” (Chico Buarque) • “Auriverde pendão de minha terra que a brisa do Brasil beija ebalança.” (Castro Alves) Os gêneros trava-línguas são um bom exemplo de utilização da aliteração, pois repetem, no decorrer da frase, várias vezes o mesmo fonema. Também encontramos aliterações em poemas. Geralmente, os poetas utilizam a aliteração para sugerir ruídos da natureza. 4. CONSCIÊNCIA FONÊMICA Consiste na capacidade de analisar os fonemas que compõem a palavra. Tal capacidade, a mais refinada da consciência fonológica, é também a última a ser adquirida pela criança. Atividades como dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra; descobrir qual a palavra está sendo dita por outra pessoa unindo os fonemas por ela emitidos; formar novas palavras subtraindo o fonema inicial da palavra (por exemplo, excluindo o fonema [k] da palavra CASA, forma-se a palavra ASA), são exemplos em que se utiliza a consciência fonêmica

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