TRABALHO COM AGRUPAMENTOS NO 5º
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS.
O trabalho
em grupo é uma oportunidade de construir coletivamente o conhecimento. Por meio
dessa prática o aluno se relaciona de modo diferente com o saber. É um momento
de troca, em que a criança se depara com diferentes percepções, pois a
aprendizagem depende de uma ação de mão dupla e essa interação não se resolve
por mera passividade.
Trabalhando em grupos, o aluno
exercita uma série de habilidades. Ao mesmo tempo em que estuda o conteúdo das
disciplinas, ele aprende a escolher, a avaliar e decidir desenvolve além da
autonomia, a capacidade de ouvir e respeitar opiniões diferentes.
Segue
abaixo orientações referentes ao trabalho com agrupamentos nas salas de 5º ano
de 2012:
1.
Para
ser proveitoso, esse tipo de trabalho pede estratégias para cada faixa etária, o
primeiro passo é o professor conhecer as necessidades da faixa etária com a qual
está trabalhando e planejar suas ações a partir disso.
2.
Antes
de agrupar os alunos o professor deverá realizar um mapeamento de sua sala,
quanto mais se sabe sobre o nível de desenvolvimento de seus alunos, mais
produtivo será o agrupamento. Esse diagnóstico não deve acontecer apenas no
início do ano e em apenas uma disciplina. Deve ser repetida ao longo do ano, e o
desempenho de cada um acompanhado de perto em observações (nos relatórios
bimestrais) e na análise das produções (portfólios). É importante lembrar que
diferentes conteúdos exigem diferentes tipos de diagnósticos, podem ser
utilizadas estratégias diferentes para a realização desse diagnóstico
(individual, coletivo ou em grupos), o importante é a observação do professor e
registro das observações.
3.
Fazer
um diagnóstico detalhado também será essencial para pensar nos desafios que
precisam ser vencidos pelos alunos, nos saberes que cada um apresenta e, acima
de tudo nos progressos a promover.
4.
Depois de conhecer as
necessidades de cada aluno o próximo passo é pensar e planejar o conteúdo a ser
ensinado e nos objetivos específicos das atividades. O professor deve ter em
mente qual é o objetivo do seu trabalho e, em função disso, escolher as melhores
atividades para alcançá-lo, dar orientações e propor o tipo de
grupo.
5.
O
trabalho individual acontecerá quando a atividade realizada servir para “diagnosticar o que a criança já aprendeu ou
ainda precisa aprender, a mesma será um norte para o professor e o conduzirá nas
ações posteriores”.
6.
A
forma como os alunos serão agrupados dependerá da intencionalidade do professor.
Poderão ser agrupadas crianças com conhecimentos diferentes, com conhecimentos
próximos, mas habilidades distintas... É importante que não se agrupe alunos com
habilidades e conhecimentos iguais, pois o principal objetivo é trocar
conhecimentos diferentes e a partir disso garantir a construção e circulação de
novos conhecimentos.
7.
Ao
agrupar os alunos o foco do professor deve ser sempre a circulação de
conhecimento e informações e não simplesmente o comportamento dos alunos ou a
afinidade entre eles, dependendo da proposta em alguns momentos alunos que tem
dificuldade de relacionamento também deverão trabalhar no mesmo grupo, neste
momento caberá ao educador criar condições e intervir para que o trabalho entre
eles continue sendo produtivo evitando que uns se calem ou obedeçam e outros
dominem o trabalho.
8.
Alunos com muitas dificuldades
de aprendizagem não devem ser agrupados em um único grupo permanentemente,
lembrando que a intenção desse trabalho não é separar alunos “fracos”, “médios”
e “fortes”, mas criar condições para a colaboração e trocas. Portanto o
professor não preparará atividades “diferentes” para esses alunos, mas dosará desafios realizáveis pensando em cada
grupo e intervenções pontuais com
cada aluno.
9.
O
professor deve dar autonomia aos alunos,
porém isso não significa deixar de intervir. Existirão situações em que as
crianças deverão resolver com a colaboração de todos do grupo e outras em que
precisarão da orientação do professor mais próximo do grupo. O professor deve
ter a consciência que em momento algum as crianças ficarão sem assistência ou
livres para fazer o que quiserem, por isso mesmo o planejamento das aulas deverá
contemplar todos os momentos da rotina.
10.
Cabe
ao professor definir a tarefa a ser realizada no dia, na roda da conversa, dar
instruções e sugestões de encaminhamentos, indicar materiais, explicar as regras
sobre cooperação entre os participantes (retomando-as sempre que necessário) e
socializar informações.
11.
É
importante que o professor observe o desempenho de todos no processo e modifique a formação dos grupos conforme a
necessidade.
12.
O
ideal para essa faixa etária é que o professor inicie o trabalho do coletivo,
quando se tratar de conteúdos desconhecidos pelos alunos, depois pode dividí-los
em grupos, trios, duplas ou individualmente (organização descendente). Em outros
momentos os alunos podem resolver determinadas situações em duplas e depois
socializá-las com o grande grupo as estratégias utilizadas (organização
ascendente).
13.
O
professor pode dar tarefas diferentes para cada agrupamento, desde que haja um
objetivo geral e comum para todos, é importante variar o grau de desafio da
proposta para melhor atender a diversidade da sala (isso demandará mais tempo do
que se todos tivessem com a mesma atividade), orientar o que cada grupo fará e
fiscalizar se todos concluíram os objetivos propostos.
14.
Devem
ser utilizados os diversos ambientes da escola, por exemplo: indicar sites a
serem pesquisados pelos alunos no laboratório de informática, ou bibliografia
para pesquisas na biblioteca escolar, entrevista com questões elaboradas em
grupo com pessoas da comunidade ou funcionários da escola, ou mesmo pesquisas de
campo ao redor da escola ou no próprio bairro.
15.
Lembre-se que trabalhar com
agrupamentos não significa apenas dividir os alunos em grupos e continuar com a
mesma aula expositiva, ou dividir tarefas para cada um do grupo em que tenham de
realizá-las individualmente, o objetivo com já foi dito anteriormente é a
interação.
16.
Avaliação deve acontecer em
todos os momentos do trabalho. Se o professor perceber que um dos alunos não
está produzindo, porque apresenta um nível muito diferente dos demais, ou se
observar que determinado grupo está com pouco estímulo o ideal é reagrupar.
17.
Definir a atuação de cada um no
grupo é uma boa estratégia para garantir que todos contribuam. Pode ser feita
uma legenda na lousa ou em cartaz e crachás indicando a função de cada um, os
quais poderão ser reutilizados em outras atividades em que os integrantes
troquem de funções. É importante lembrar que ter um papel não significa ter uma
tarefa e dar conta dela sozinho. A criança terá sua função desde que a
desempenhe com a ajuda dos demais colegas.
18.
O
roteiro do trabalho também pode ser colocado na lousa ou em forma de cartaz para
que os alunos utilizem como meta e tenham sempre a visualização do que já foi
realizado e o que ainda falta para concluírem a atividade proposta.
19.
No
trabalho em grupos pequenos as crianças desenvolvem atitudes que devem ser
vistas pelo professor como conteúdo em si (saber ouvir, respeitar opiniões
alheias, metacognição, respeito, cooperação, tolerância, paciência, resiliência,
conciliação entre outras) para isso é importante que desenvolva diferentes
papéis dentro do grupo.
RETIRADO DO BLOG ITAPEVA.
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