1º BIMESTRE - histórico:
8
Planejamento de aula:
A aula é a forma
predominante de organização didática do processo de ensino. É na aula que
organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as condições e meios
necessários para que os alunos assimilem ativamente conhecimentos, habilidades e
desenvolvam suas capacidades cognoscitivas.
O plano de aula é o
detalhamento do plano de ensino. As unidades didáticas e subunidades (tópicos)
que foram previstas em linhas gerais são agora especificadas e sistematizadas
para uma situação didática real. A preparação da aula é uma tarefa indispensável
e, assim como o plano de ensino, deve resultar num documento escrito que servirá
não só para orientar as ações do professor como também para possibilitar
constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano. Em todas as profissões o
aprimoramento profissional depende da acumulação de experiências conjugando a
prática e a reflexão criteriosa sobre a ação e na ação, tendo em vista uma
prática constantemente transformadora para melhor.
Na elaboração do
plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um
período de tempo variável. Dificilmente completamos numa só aula o
desenvolvimento de uma unidade didática ou tópico de unidade, pois o processo de
ensino e aprendizagem se compõe de uma seqüência articulada de fases:
- Preparação e
apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas.
- Desenvolvimento da
matéria nova.
- Consolidação
(fixação, exercícios, recapitulação, sistematização).
- Síntese integradora
e aplicação.
- Avaliação.
Isto significa que
não devemos preparar uma aula, mas um conjunto de aulas.
8.1 Como elaborar um
plano de aula?
O
primeiro passo é indicar o tema central da aula.
Exemplo: matéria-prima e produto.
A
seguir devem-se estabelecer
os objetivos da aula.
Exemplo: Ao final
das atividades propostas o aluno será capaz de:
- Identificar
matéria-prima e produto
- Compreender os
processos de transformação de matéria-prima em produto, relacionando com as
questões ambientais.
- Destacar as
principais indústrias de seu município e a origem das matérias
primas.
- Listar produtos
transformados de matéria-prima, utilizados no seu cotidiano.
Em
terceiro lugar indica-se o conteúdo que será objeto de
estudo.
Exemplo:
- Matéria-prima.
- Produto.
- Matéria-prima e sua
procedência.
- As indústrias do
município.
Em
quarto lugar estabelecem-se os procedimentos e
recursos de ensino, isto é, estabelecem-se as formas de utilizar o conteúdo
selecionado para atingir os objetivos propostos.
Nesse caso, por
exemplo, para o aluno identificar matéria-prima, produto e processos de
transformação, pode-se programar com eles uma excursão a uma indústria. Assim, o
professor pode planejar uma excursão como ponto de referência para ele próprio,
mas não deve dar o planejamento pronto aos alunos. Proceder a orientações quanto
a conceitos básicos que os alunos devem dominar antes da visita. Deverá, sim,
estimula-los para que, com seu auxílio, planejem a excursão. Para isso procurará
levantar com seus alunos as questões mais interessantes e sobre as quais
gostaria de obter respostas, como, por exemplo:
- Nome da
fábrica.
- Endereço da fábrica.
(área industrial, urbana...)
- Número de operários
da fábrica.
- Diferentes tipos de
funções dentro da fábrica.
- Salários.
- Matéria-prima e sua
procedência.
- Produtos
fabricados.
- Utilidade dos
produtos.
- Qualificação
profissional das pessoas que trabalham na fábrica.
- Como a fábrica faz a
preservação ambiental.
- Existem programas de
qualidade de vida para os operários e programa sociais.
Em
quinto lugar, no dia seguinte ao da visita, deve-se
fazer uma síntese integradora das informações colhidas pelos alunos. Além disso,
outras atividades complementares poderão ser desenvolvidas. Assim, aproveitando
a experiência adquirida com a excursão, cada aluno poderá individualmente
entrevistar uma pessoa que trabalha em alguma fábrica e obter dela as seguintes
informações:
- Em que fábrica esta
pessoa trabalha.
- Qual a função que
desempenha e sua formação escolar.
- Número de operários
que trabalham na fábrica.
- Que a fábrica
produz.
- Material usado na
fabricação dos produtos.
- Como a empresa
preserva o meio ambiente.
Ao retornarem das
entrevistas o professor deve proporcionar um espaço para troca de idéias, onde
cada aluno expõe o achou interessante em sua entrevista, estabelecendo um
paralelo com os relatos dos colegas, onde o professor fará a mediação do
processo de discussão.
Em sexto
lugar, o professor proporciona a consolidação com atividades
variadas, que pode ser realizada no decorrer do processo e não apenas em um
momento específico.
Outra atividade que
pode ser desenvolvida consiste em investigar que matéria-prima é utilizada na
fabricação de uma série de objetos usados pelo próprio aluno, como sapatos,
lápis, bola, caderno, livro, etc.
Finalmente, o planejamento da
aula deve prever como será feita a avaliação. No exemplo que estamos
considerando, não podemos propor apenas questões do
tipo:
- Que é
produto?
- Que é
matéria-prima?
- Que é
indústria?
Procedendo dessa
maneira, estamos avaliando apenas se o aluno memorizou essas definições.
Precisamos, nesse caso, propor situações de avaliação que possibilitem verificar
se o aluno realmente é capaz de identificar o produto e matéria-prima em
situações novas. Poderíamos, por exemplo, propor as seguintes situações de
avaliação:
- Solicitar que os
alunos recortem de jornais e revistas nomes e figuras de matérias-primas para
que o aluno indique os produtos que podem ser fabricados a partir
delas.
- Dar uma relação de
produtos conhecidos do aluno para que ele indique a matéria-prima da qual é
feito cada um deles, podendo montar jogos da memória a partir da
seleção.
- Aplicar ao aluno uma
série de com questões variadas, para que ele assinale as proposições que
correspondam ao conceito de produto e/ou matéria-prima.
- Apresentar um texto
para que o aluno o interprete e indique o que é produto e/ou
matéria-prima.
8.2 Vamos revisar o
nosso planejamento:
- Releia os objetivos
gerais da matéria.
- Verifique a
seqüência no plano de ensino.
- Observe se os alunos
estão preparados para o estudo deste conteúdo novo.
- O desdobramento do
tópico da unidade possui uma seqüência lógica.
- Os objetivos
específicos estão de acordo com a proposta do plano anual,
bimestral...
- A idéia central do
tópico está clara no conteúdo programado.
- O número de aulas é
suficiente para o tema proposto.
- O
desenvolvimento metodológico e interessante e estimula a participação ativa do
aluno e prevê:
- Preparação e
introdução do assunto.
- Desenvolvimento e
estudo ativo do assunto.
- Sistematização e
aplicação.
- Tarefas de
casa.
- Foi previsto a
avaliação diagnóstica, formativa e somativa, isto é, no início, durante e no
final das atividades.
Sabemos que o êxito
dos alunos não depende unicamente do professor e de seu método de trabalho, pois
a situação docente envolve muitos fatores de natureza social, psicológica, o
clima geral da dinâmica da escola, etc. Entretanto o trabalho docente tem um
peso significativo ao proporcionar condições efetivas para o êxito escolar dos
alunos.
Ao fazer a avaliação
das aulas, convém ainda levantar questões como estas:
- Os objetivos e
conteúdos foram adequados à turma?
- O tempo de duração
da aula foi adequado?
- Os métodos e
técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar atividade mental e
prática dos alunos?
- Foram feitas
avaliações da aprendizagens dos alunos no decorrer das aulas (formais e
informais)?
- O relacionamento
professor-aluno foi satisfatório?
- Houve uma
organização segura das atividades, de modo a ter garantido um clima de trabalho
favorável?
- Foram propiciadas
tarefas de estudo ativo e independente dos alunos?
- Os alunos realmente
consolidaram a aprendizagem da matéria, num grau suficiente para introduzir
matéria nova?
8.3 Modelos de plano
de aula:
8.3.1 – Modelo de
Nelson Piletti:
Tema
central:
Objetivos:
Conteúdo:
|
Procedimentos de
ensino
|
Recursos
|
Procedimentos de
avaliação
|
|
|
|
8.3.2 Modelo de José
Carlos Libâneo (Pedagogia crítico-social dos conteúdos):
Escola:
Disciplina: Data:
Série:
Professor:
|
Unidade
didática:
|
Objetivos
Específicos
|
Conteúdos
|
Nº
aulas
|
Desenvolvimento
Metodológico
|
|
|
|
Preparação:
Introdução do
assunto:
Desenvolvimento e
estudo ativo do assunto:
Sistematização e
aplicação:
Tarefas para
casa:
|
Avaliação:
|
Referencial
teórico:
|
8.3.3 Modelo de
Imídeo Nérice (tecnicista):
1
Cabeçalho
2
Objetivos
3
Motivação
4 Desenvolvimento da
aula
- Revisão da aula
anterior e articulação com a experiência passada do aluno.
- Assunto
novo.
- Síntese ou
resumo
5 Procedimentos
didáticos:
- Técnicas de ensino a
empregar
- Material didático a
ser usado
- Atividades previstas
para os alunos
- Fixação, integração
e avaliação
- Tarefas
6 Notas
complementares:
- Enriquecimento do
vocabulário
- Questão proposta
para reflexão
- Assunto provável da
próxima aula
- Bibliografia
7 Crítica da
aula
- O que não foi
realizado?
- Por quê?
- Que deve passar para
a aula seguinte e o que deve ser reelaborado?
- Como melhorar a
aula?
- Observações e
ocorrência durante a aula.
8.3.4 Modelo
simplificado:
Identificação:
Local:
Disciplina:
Tema:
Série: Turma:
Data:
Duração:
|
Objetivos:
|
Esquema do
conteúdo:
|
Descrição do
desenvolvimento metodológico
|
Introdução ao
assunto:
|
Desenvolvimento do
conteúdo:
|
Síntese
Integradora:
|
Recursos Humanos,
Pedagógicos e Físicos:
Avaliação da
aprendizagem:
Referencial
Teórico:
8.3.5 Plano de aula
de Celso Vasconcelos:
- Assunto: indicação temática
a ser trabalhada.
- Necessidade: explicitação das
necessidades percebidas no grupo e que justificam a proposta de
ensino.
- Objetivo
- Conteúdo
- Metodologia: explicitação dos
procedimentos de ensino, técnicas, estratégias, a serem utilizadas no
desenvolvimento do assunto.
- Tempo
- Recursos
- Avaliação
- Tarefa: suas funções
básicas são o aprofundamento e síntese do que está sendo visto em classe, assim
como, ajudar o aluno a ter representações mentais prévias disponíveis correlatas
ao assunto a ser tratado nas aulas seguintes.
- Observações: suas anotações,
reflexões e avaliação sobre a caminhada, tornando a aula um instrumento de
pesquisa sobre a prática. É preciso resgatar o hábito de escrever sobre a
prática (Diário de bordo), tendo em vista a possibilidade de uma reflexão mais
sistemática.
8.3.6 Plano de aula
para Juan Díaz Bordenava e Adair Martins Pereira:
- Preparação da
classe: o professor inicia
o relacionamento com seus alunos, se faz conhecer se é novo, conhece os alunos
e, em geral, define seu papel de orientador democrático.
- Apresentação de uma
situação-problema: o professor coloca
um desafio frente aos alunos, para excitar sua curiosidade, incita-lhes a
pensar, a procurar a solução. O problema pode ser apresentado como uma pergunta,
como uma afirmação a ser constatada, como um caso de estudo, como um
paradoxo, etc.
- Pesquisa conjunta da
solução: os alunos,
desafiados pelo problema, procuram a solução. Para isso, o professor lhes
orienta no uso de técnicas variáveis de pesquisa (biblioteca, entrevista, dados
estatísticos, correspondência, laboratório, debates, discussões, etc.). O
trabalho é fundamentalmente dos alunos, preferivelmente em grupos.
- Teorização: as descobertas dos
alunos necessitam ser organizadas e explicadas. Só assim poderá haver
transferência e generalização da aprendizagem. De fato,
aprender fatos não é ainda aprender. As observações devem ser levantadas ao
nível da teoria. Esta é uma responsabilidade do professor, no sentido de ajudar
os alunos a criar modelos ou estruturas, nas quais aparecem as
principais variáveis do problema e suas relações recíprocas.
- Aplicação: Os alunos testam,
contra a realidade, a validade do que foi aprendido. Aí reinicia-se o ciclo,
passando a outra situação-problema, que incorpore o já aprendido como um dado a
mais.
REFERENCIAL
TEÓRICO
1. BORDENAVE, Juan
Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de
ensino-aprendizagem. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 1989. p.
117-118.
2. LEITE, Lígia Silva
(coord) et all. Tecnologia Educacional: descubra suas
possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003
3. LIBÂNEO, José
Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991. p.
221-247
4. MARTINS, José do
Prado. Didática geral. São Paulo: Atlas, 1988. p.
183-194.
5. NÉRICI, Imídeo G.
Introdução a Didática Geral. Rio de Janeiro: Ed. Científica,
s.d., 149-157.
6. PILETTI, Claudino.
Didática Geral. 23 ed. rev. São Paulo: Ática,
2003. p. 60-85
7. VASCONCELOS, Celso
dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto
político-pedagógico. 5. ed. São Paulo: Libertad, 1999. p. 148-151.
METODOLOGIA DA
PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
1º
passo
PRÁTICA
SOCIAL INICIAL:
nIniciar as
atividades apresentando aos alunos os objetivos, os tópicos e subtópicos da
unidade que se pretende estudar, e em seguida, dialogar com os alunos sobre os
mesmos,
nOs alunos mostram
sua vivência do conteúdo, isto é, o que já sabem sobre o tema a ser trabalhado e
perguntam tudo que gostariam de saber sobre o novo assunto em pauta, e tudo será
anotado pelo professor.
nA prática social
inicial pode ser feita como um todo no início da unidade e retomada, em seus
aspectos específicos, a cada aula, conforme o conteúdo a ser trabalhado. Ou, a
cada aula, o professor destaca a prática social específica do conteúdo que vai
trabalhar naquele dia.
2º
passo
PROBLEMATIZAÇÃO:
nIdentificar os
principais problemas postos pela prática e pelo conteúdo curricular, seguindo-se
uma discussão sobre eles, a partir daquilo que os alunos já conhecem;
nExplicar que o
conhecimento (conteúdo) vai ser construído (trabalhado) nas dimensões
conceitual, científica, social, histórica, econômica, política, estética,
religiosa, ideológica, etc., transformadas em questões
problematizadoras.
3º
passo
INSTRUMENTALIZAÇÃO:
nÉ a apresentação
sistemático-dialógica do conteúdo científico, contrastando-o com o cotidiano e
respondendo às perguntas das diversas dimensões propostas. É o exercício
didático da relação sujeito-objeto pela ação do aluno e mediação do professor. É
o momento da efetiva construção do novo conhecimento.
4ºpasso
CATARSE:
nRepresenta a síntese
do aluno, sua nova postura mental; a demonstração do novo grau de conhecimento a
que chegou, expresso pela avaliação espontânea ou formal.
5°
passo
PRÁTICA SOCIAL
FINAL:
nÉ a manifestação da
nova atitude prática do educando em relação ao conteúdo aprendido, bem como do
compromisso em pôr em execução o novo conhecimento. É a fase das intenções e
propostas de ações dos alunos.
METODOLOGIA
HISTÓRICO-CRÍTICA: PROCESSO DIALÉTICO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
ESCOLAR
João Luiz Gasparin -
DTP/UEM.
INTRODUÇÃO
O Curso de
Atualização de Docentes de 5a a 8a série, realizado na Universidade Estadual de
Maringá nos anos de l993 e l994, possibilitou-nos iniciar uma nova Metodologia
de Ensino através da qual buscamos desenvolver um trabalho mais participativo na
construção do conhecimento em sala de aula.
O ponto de partida
do curso e de nosso estudo foram o Currículo Básico para a Escola Pública do
Estado do Paraná e o Projeto de Avaliação da Proposta Curricular da Habilitação
Magistério - Proposta da Disciplina didática. As diretrizes desses
documentos têm como fundamento teórico-metodológico o materialismo histórico do
qual se origina a pedagogia histórico-crítica, que, em sala de aula, se expressa
na metodologia dialética de construção sócio-individualizada do
conhecimento.
Após esse primeiro
curso, já ministramos dezenas de outros envolvendo os três graus de ensino.
Nesses cursos desenvolvemos os seguintes passos metodológicos:
1 - Realização de
breves estudos sobre as teorias educacionais conhecidas como Tradicional,
Escolanovista e Tecnicista. Estas nos possibilitam conhecer as expressões
pedagógicas que marcaram as propostas educacionais em diversos momentos
históricos.
2 - Análise da
proposta de Pedagogia Histórico-Crítica, apresentada por Saviani em seu livro
Escola e Democracia. O estudo dessa teoria mostra-nos como ela
incorpora e supera as anteriores e se constitui uma via teórico-metodológica
consistente e viável, possibilitando ao aluno um engajamento total na construção
de seu conhecimento.
3 - Tradução da
Pedagogia Histórico-Crítica para a prática docente como forma de planejamento de
conteúdos e de atividades escolares e também como método de trabalho cotidiano
em sala de aula.
Cada curso
desenvolve-se segundo o método: prática-teoria-prática. Isto significa
partir sempre da prática social empírica atual, contextualizando-a, passando, em
seguida, à teoria que ilumina essa prática cotidiana, a fim de chegar a uma nova
prática social mais concreta e coerente.
Os resultados
obtidos até o presente são incipientes, porém animadores, uma vez que o trabalho
desenvolvido pelos professores em seu dia-a-dia escolar, após os cursos,
tentando por em prática essa metodologia, mostra que ela é possível e de muito
interesse para os educandos, pois eles são permanentemente desafiados a
participarem ativamente na construção de seu conhecimento.
PASSOS DA
METODOLOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
Todos os cursos se
iniciam pela descrição da última aula que cada participante ministrou.
Analisam-se, em seguida, as diversas aulas à luz das teorias educacionais a fim
de os professores começarem a perceber onde se situa sua ação pedagógica.
Passa-se, então, ao estudo detalhado da Pedagogia Histórico-Crítica e de sua
tradução para a prática docente.
A parte final de
cada curso consiste em planejar, segundo a nova proposta metodológica, um tópico
do conteúdo específico que cada um dos professores participantes desenvolverá
com seus alunos na escola em que atua.
O resultado do
planejamento se expressa num plano de unidade onde se busca traduzir para a
prática do cotidiano escolar a nova perspectiva de trabalho.
A fim de mais
claramente visualisarmos o processo pedagógico que levamos a efeito no estudo
teórico-prático dessa teoria, descreveremos, resumidamente, cada uma das cinco
fases em que se divide a proposta metodológica da Pedagogia Histórico-Crítica,
evidenciando como entendemos que cada um desses passos deva ser traduzido para a
prática escolar.
1) PRÁTICA SOCIAL
INICIAL
Saviani (1991:79-80)
ao explicitar essa primeira fase de seu método pedagógico afirma que ela é o
ponto de partida de todo o trabalho docente.
Este passo consiste
no primeiro contato que o aluno mantém com o conteúdo que será trabalhado pelo
professor. É a percepção que o educando possui sobre o tema de estudo.
Freqüentemente é uma visão de senso comum, empírica, geral, um tanto confusa,
sincrética, onde tudo, de certa forma, aparece como natural.
O professor, por seu
lado, posiciona-se em relação à mesma realidade de maneira mais clara e, ao
mesmo tempo, com uma visão mais sintética.
A diferença entre os
dois posicionamentos deve-se, entre outras razões, ao fato de o professor, antes
de iniciar seu trabalho com os alunos, já ter realizado o planejamento de suas
atividades, onde vislumbrou todo o caminho a ser percorrido. Isso lhe
possibilita conduzir o processo pedagógico com segurança dentro de uma visão de
totalidade.
Esse passo se
caracteriza por ser uma preparação e uma mobilização do aluno para a construção
do conhecimento. É uma primeira leitura da realidade, ou seja, o contato inicial
com o tema a ser estudado.(Vasconcelos,1993:44).
O professor anuncia
aos alunos o conteúdo que será trabalhado. Dialoga com eles sobre esse tema
buscando verificar qual o domínio que já possuem e que uso fazem na prática
social cotidiana.
Realiza um
levantamento de questões ou problemas envolvendo essa temática; mostra aos
alunos o quanto já conhecem, ainda que de forma caótica, a respeito do conteúdo
que será trabalhado; evidencia que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula,
já está presente na prática social como parte constitutiva dela.
Esta fase consiste
em desafiar os alunos a mostrarem o que já sabem sobre cada um dos itens que
serão estudados.
O levantamento sobre
a prática social do conteúdo é sempre feito a partir do referencial dos
alunos.
Esta forma de
encaminhamento mostra aos educandos que eles já conhecem na prática o conteúdo
que a escola pretende lhes ensinar.
A prática social
inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É a conscientização do que
ocorre na sociedade relativamente àquele tópico a ser trabalhado.
Mas como trabalhar
com a prática social, com essa leitura da realidade, em cada campo específico do
conhecimento?
Entendemos que essa
é uma tarefa que cada professor, em sua área, deve aos poucos descobrir a fim de
criar um clima favorável para a construção do conhecimento.
Para a realização
dessa primeira fase os cursistas constituem equipes de estudo por disciplinas ou
áreas afins. Sua primeira tarefa consiste na definição dos conteúdos ( unidade,
tópicos e subtópicos) que seriam trabalhados posteriormente com seus
alunos.
Ainda que na
seqüência formal do plano os conteúdos apareçam listados na segunda fase do
processo, ou seja, na Instrumentalização, na prática escolar, porém, eles são o
ponto inicial do trabalho pedagógico.
De posse dos itens
de conteúdo que efetivamente se espera desenvolver, cada equipe inicia a
elaboração de uma grande quantidade de perguntas sobre cada tópico a ser
estudado. Na prática cotidiana essa tarefa será realizada pelo professor e seus
respectivos alunos em sala de aula.
Para a construção
dessas questões, no momento de planejamento, os professores colocam-se no papel
de alunos, buscando prever quais perguntas eles fariam, levando em conta o
domínio e uso do conteúdo na vida social dos educandos.
Esse trabalho
consiste no levantamento e listagem de questões da vivência cotidiana do
educando sobre o conteúdo a ser ministrado. É a demonstração daquilo que o aluno
já sabe e a explicitação de que já existe em sua prática social o conteúdo
escolar. É a mobilização do aluno para a construção do conhecimento. É sua visão
sobre o conteúdo até aquele momento.
2 -
PROBLEMATIZAÇÃO
Esse passo se
constitui o elo entre a Prática Social e a Instrumentalização. É a
"identificação dos principais problemas postos pela prática social. (...)
Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática
Social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar" (Saviani,
1991:80).
O conhecimento de
que estamos falando são os conteúdos historicizados.
Para fins desse
estudo, delimitamos e entendemos que os principais problemas postos pela prática
social são os relativos aos conteúdos que estão sendo trabalhados numa
determinada unidade do programa.
Os "principais
problemas" são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e
pelos alunos e que precisam ser resolvidas , não pela escola, ou na escola, mas
no âmbito da sociedade como um todo. Para isso se torna necessário definir quais
conteúdos os educadores e os educandos precisam dominar para resolver tais
problemas, ainda que, inicialmente, na esfera intelectual.
A problematização
tem como finalidade selecionar as principais questões levantadas na prática
social a respeito de determinado conteúdo. Essas questões orientam todo o
trabalho a ser desenvolvido pelo professor e pelos alunos.
Essa fase consiste,
na verdade, em selecionar e discutir problemas que tem sua origem na prática
social, descrita no primeiro passo desse método, mas que se ligam e procedem ao
mesmo tempo também do conteúdo a ser trabalhado. Serão, portanto, grandes
questões sociais, mas limitadas ao conteúdo da unidade que está sendo trabalhada
pelo professor.
A problematização é
o questionamento do conteúdo relacionado à prática social, em função dos
problemas que precisam ser resolvidos no cotidiano das pessoas.
Relacionando o
conteúdo com a prática social definem-se as questões que através desse conteúdo
específico podem ser encaminhadas e resolvidas. Elabora-se uma série de
perguntas que orientam a análise e apropriação do conteúdo.
O processo
ensino-aprendizagem, neste caso, está em função das questões levantadas na
prática social e retomadas de forma mais profunda e sistematizada nessa segunda
fase.
Nessa etapa do
processo duas são as tarefas principais:
1- Determinação dos
conteúdos em suas dimensões científica, social e histórica.
2 - Levantamento, em
cada tópico ou subtópico, das principais questões da prática social, diretamente
relacionadas aos conteúdo, levando em conta as três dimensões
apontadas.
Para a execução de
cada um desses passos há que tomar o conteúdo do programa elaborado e levantar
junto com os alunos as questões sociais básicas que abrangem o conteúdo a ser
desenvolvido.
Como o conteúdo será
trabalhado levando-se em conta as dimensões científica, social e histórica, as
perguntas que forem elaboradas devem expressar a mesma perspectiva.
Como forma prática
para selecionar as questões fundamentais proceda-se da seguinte maneira:
repita-se cada item do conteúdo e, em seguida, formule-se junto com os alunos,
questões que abranjam a totalidade desse tópico nas dimensões
assinaladas.
As perguntas
selecionadas serão respondidas na fase da Instrumentalização quando os alunos
estarão efetivamente construindo de forma mais elaborada seu
conhecimento.
A Problematização é
o fio condutor de todas as atividades que os alunos desenvolverão no processo de
construção do conhecimento.
3 -
INSTRUMENTALIZAÇÃO
Esta fase, segundo
Saviani (1991:103) consiste na apreensão "dos instrumentos teóricos e práticos
necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. (...)
Trata-se da apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais
necessárias à luta que travam diuturnamente para se libertar das condições de
exploração em que vivem".
É o momento de
evidenciar que o estudo dos conteúdos propostos está em função das respostas a
serem dadas às questões da prática social que foram consideradas fundamentais na
fase da Problematização.
A tarefa do
professor e dos alunos desenvolver-se-á através de ações didático-pedagógicas
necessárias à efetiva construção conjunta do conhecimento nas dimensões
científica, social e histórica.
Em cada área de
conhecimento, os professores utilizarão as formas e os instrumentos mais
adequados para a apropriação construtiva dos conteúdos.
Em sentido prático,
retomam-se os conteúdos e, a cada tópico, especificam-se os processos e os
recursos que serão utilizados para a efetiva incorporação dos conteúdos, não
apenas como exercício mental, mas como uma necessidade social.
Cada tópico que vai
sendo trabalhado deverá responder às questões que a partir dele foram levantadas
e selecionadas na Problematização.
Este é o momento do
método que faz passar da síncrese à síntese a visão do aluno sobre o conteúdo
escolar presente em sua vida social.
Essa etapa consiste
em realizar as operações mentais de analisar, comparar, criticar, levantar
hipóteses, julgar, classificar, conceituar, deduzir, generalizar, discutir,
explicar, etc.
Na
Instrumentalização o educando e o professor efetivam o processo dialético de
construção do conhecimento que vai do empírico ao abstrato para o
concreto.
4 -
CATARSE
Uma vez incorporados
os conteúdos e os processos de sua construção, ainda que de forma provisória, é
chegado o momento em que o aluno é solicitado a mostrar o quanto se aproximou da
solução dos problemas anteriormente levantados sobre o tema em
questão.
Esta é a fase em que
o educando manifesta que assimilou, que assemelhou a si mesmo, os conteúdos e os
métodos de trabalho em função das questões anteriormente enunciadas.
Agora ele traduz
oralmente ou pôr escrito a compreensão que teve de todo o processo de trabalho.
Expressa sua nova maneira de ver a prática social. É capaz de entendê-la em um
novo patamar, mais elevado, mais consistente e estruturado. É a síntese que o
aluno efetua, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua
construção no todo social.
O educando mostra
que de uma síncrese inicial sobre a realidade social do conteúdo que foi
trabalhado, chega agora a uma síntese, que é o momento em que ele estrutura, em
nova forma, seu pensamento sobre as questões que conduziram a construção do
conhecimento. Esta é a nova maneira de entender a prática social. É o momento em
que o aluno evidencia se de fato incorporou ou não os conteúdos
trabalhados.
Segundo Saviani
(1991:80-1) "catarse é a expressão elaborada da nova forma de entendimento da
prática social a que se ascendeu.(...) O momento catártico pode ser considerado
como o ponto culminante do processo educativo, já que é aí que se realiza pela
mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrese
à síntese".
Conforme Wachowicz
(1989 :107), a catarse "é a verdadeira apropriação do saber por parte dos
alunos".
Na catarse o aluno
mostrará que a realidade que ele conhecia antes como "natural", não é exatamente
desta forma, mas é "histórica", porque produzida pelos homens em determinado
tempo e lugar, com intenções políticas implícitas ou explícitas, atendendo a
necessidades sócio-econômicas históricas, situadas, desses mesmos
homens.
Este é o momento da
avaliação que traduz o crescimento do aluno, que expressa como se apropriou do
conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de
concepção da realidade social e, como, enfim, passou da síncrese à
síntese.
É a avaliação da
aprendizagem do conteúdo, entendido como instrumento de transformação
social.
Como o aluno
mostrará que aprendeu?
Neste momento são
montados os instrumentos e definidos os critérios que mostram o quanto o aluno
se apropriou de um conteúdo particular como uma parte do todo social.
Conforme as
circunstâncias, a avaliação pode ser realizada de maneira informal, ou formal.
No primeiro caso, o aluno, por iniciativa própria, manifesta se incorporou ou
não os conteúdos e os métodos na perspectiva proposta pelas questões da
Problematização. No segundo, o professor elabora as questões que deverão
oferecer ao educando a oportunidade de se manifestar sobre o conteúdo
aprendido.
5 - PRÁTICA
SOCIAL FINAL
O ponto de chegada
do processo pedagógico na perspectiva histórico-crítica é o retorno à Prática
Social.
Conforme Saviani
(1991:82), a prática social inicial e final é a mesma, embora não o seja. É a
mesma enquanto se constitui "o suporte e o contexto, o pressuposto e o alvo, o
fundamento e a finalidade da prática pedagógica. E não é a mesma, se
considerarmos que o modo de nos situarmos em seu interior se alterou
qualitativamente pela mediação da ação pedagógica...".
Professor e alunos
se modificaram intelectual e qualitativamente em relação a suas concepções sobre
o conteúdo que reconstruiram, passando de um estágio de menor compreensão
científica, social e histórica a uma fase de maior clareza e compreensão dessas
mesmas concepções dentro da totalidade.
Este é o momento em
que docente e educandos elaborarão um plano de ação a partir do conteúdo que foi
trabalhado. É a previsão do que aluno fará e como o desempenhará pôr ter
aprendido um determinado conteúdo. É o seu compromisso com a prática social, uma
vez que esse método de estudo tem como pressuposto a articulação entre educação
e sociedade.
O passo final desta
proposta didático-pedagógica consiste basicamente de dois pontos:
a) Nova postura
mental do aluno frente à realidade estudada. É a nova maneira de compreender o
conteúdo estudado situando-o de maneira histórico-concreta na
totalidade.
b) Proposta concreta
de ação por ter aprendido um determinado conteúdo. É o compromisso concreto do
aluno. É o que ele fará na vida prática, em seu cotidiano, tanto individualmente
como coletivamente. Essa proposta de trabalho pode referir-se tanto a ações
intelectuais quanto a trabalhos manuais, físicos.
A prática Social
Final é o momento da ação consciente do educando na realidade em que
vive.
CONCLUSÃO
A proposta
metodológica da Pedagogia histórico-crítica é um caminho de apropriação e de
reconstrução do conhecimento sistematizado buscando evidenciar que todo o
conteúdo que é trabalhado na escola é uma expressão de necessidades sociais
historicamente situadas.
Esse conteúdo é
reapropriado e reelaborado pelo aluno através do processo pedagógico e retorna
agora, de maneira nova e compromissada, para o cotidiano social a fim de ser
nele um instrumento a mais na transformação da realidade.
Os passos
pedagógicos de construção do conhecimento escolar, apresentados aqui de maneira
formal , aparecem como se fossem independentes e estanques, mas, na realidade
prática eles constituem um todo indissociável e dinâmico, onde cada fase
interpenetra as demais.
Assim, a Prática
Social Inicial e Final são o contexto de onde provém e para onde retorna o
conteúdo reelaborado pelo processo escolar. A Problematização, a
Instrumentalização e a Catarse são os três passos de efetiva construção do
conhecimento na e para a prática social.
BIBLIOGRAFIA
1. CURRÍCULO BÁSICO
PARA A ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado
da Educação do Paraná - Curitiba, 1992.
2. GASPARIN, João Luiz.
Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2ªed.-
Campinas, SP:Autores Associados,2003.
3. PROJETO DE AVALIAÇÃO
DA PROPOSTA CURRICULAR DA HABILITAÇÃO MAGISTÉRIO - Proposta da Disciplina
Didática. Curitiba, SEED,
1989.
4. SAVIANI, Dermeval.
Escola e Democracia, São Paulo, Cortez, 1991.
5. VASCONCELOS, Celso
dos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo, Libertad -
Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1993.
6. WACHOWICZ, Lilian
Anna. O método dialética na Didática. Campinas, Papirus,
1989.
ANOTAÇÕES
FONTE: http://miriamsalles.info/wp/wp-content/uploads/mafaldamaquina.jpg
A ÁGUA NA HISTÓRIA
DOS POVOS
INFORMAÇÕES DA
AULA
O que o aluno poderá
aprender com esta aula
Conhecer a
importância da água na história da humanidade. Noções básicas sobre os sistemas
de drenagens. Saneamento básico e saúde pública
Duração das
atividades: 2 a 3
aulas
Conhecimentos
prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
Ciclos da
água
Data de
publicação: 27/08/2008
ROTEIRO DE TRABALHO
COMENTADO
Aluno-mestre:
|
Proposta de aula
para a turma/série:
|
Carga Horária
prevista:
|
Escola/Instituição:
|
Bimestre:
|
Disciplina:
|
Título/tema
:
|
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS:
O quê?
Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais), habilidades e
competências.
Para quê? Finalidade
social do aprendido – prática social.
Um objetivo para
cada conteúdo listado.
1
PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:
Listagem:
(listar
unidade e tópicos)
Conteúdo
|
Eixos/linguagens
|
|
|
|
|
Conhecimentos
prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
O que os alunos já
sabem sobre o tema.Conversar com o professor da turma, quais os temas já
trabalhados com os alunos sobre a aula a ser dada.
2. PROBLEMATIZAÇÃO
(DISCUSSÃO): Segundo Gasparin a
problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o
educando, através de sua ação, busque o conhecimento. Discussão sobre os
principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Os principais
problemas são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e
pelos alunos e que precisam ser resolvidas, não pela escola, ou na escola, mas
no âmbito da sociedade como um todo. Pode ser em forma de perguntas. Os
estudantes vão levantar muitos pontos que gostariam de estudar, mas nem sempre
podemos trabalhar tudo, então deve-se selecionar com o grupo os principais
problemas a serem discutidos na unidade. Uma discussão que inicia uma motivação
para as próximas aulas. O professor pode propor algumas questões para iniciar
esta atividade.
Linguagens -
eixos:
a) Linguagem
matemática
b) Formação de
conceitos
c) Linguagem
científica
d) Arte
e) Produção
textual
f) Interpretação
g) Domínio do
código
h) Leitura
i) Oralidade
a. Valores
individuais
b. Valores
políticos
c. Meio de
comunicação
d. Valores
éticos
e. Relação de
poder
f. Valores
coletivos
g. Valores
morais
h. Relações
sociais
a. Recursos
naturais
b. Valores, hábitos e
atitudes
c. Exploração dos
recursos
d. Preservações
naturais
e. Homem, trabalho e a
cultura
a. Arte
mundial
b. Arte
regional
c. Arte
nacional
d. Cultura
popular
e. Cultura
erudita
3
INSTRUMENTALIZAÇÃO/DESENVOLVIMENTO:
Descrever o passo a
passo da aula em si, ou seja, como fará a ligação da prática social inicial com
o tema selecionado.
Introduzir o novo
assunto e desenvolver o conteúdo, as atividades, fechamento ou síntese
integradora, onde o aprendiz poderá expressar a sua compreensão do assunto
estudado.
A metodologia da
aula deverá prever a participação do aluno, podendo ser: aula expositiva
dialogada, leitura de mundo, leitura orientada de textos selecionados, trabalhos
em grupo, seminário, entrevistas com pessoas, análises de cenas de vídeos ou
filmes, produções escritas, encenações, atividades práticas, experimentos, entre
outros. Prever como vai trabalhar cada uma das linguagens
propostas.
Recursos pedagógicos
necessários para a aula: Colocar em anexo
os textos e atividades, jogos, imagens, indicações de vídeos e demais recursos,
etc.
4
CATARSE:
Momento em que o
aluno se aproxima da solução do problema. É quando o conteúdo empírico se torna
científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Totalidade
concreta (pensamento elaborado). Resumo com as linguagens propostas.
4.1
Síntese: (Texto que expressa
a síntese da aula, ou seja, o que o aluno deverá se apropriar e demonstrar ao
final das atividades)
4.2
Avaliação: Expressão da
síntese: avaliação, atendendo às linguagens trabalhadas, utilizando diversos
instrumentos de coleta de dados.
5
PRÁTICA
SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:
Nova postura prática
ante a realidade: Intenções, predisposições, prática, novo
conhecimento. O estudante coloca em execução o que propôs.
5.1
Intenções do aluno: nova postura
prática, nova atitude sobre o conteúdo
5.2
Ações do aluno: nova prática social
do conteúdo - transformação social
REFERÊNCIAS DE TODOS
OS RECURSOS UTILIZADOS:
ANEXOS:
ROTEIRO DE
TRABALHO
Aluno-mestre:
|
Proposta de aula
para a turma/série:
|
Carga Horária
prevista:
|
Escola/Instituição:
|
Bimestre:
|
Disciplina:
|
Título/tema
:
|
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS:
1
PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:
Listagem:
Conteúdo
|
Eixos/linguagens
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Conhecimentos
prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
2. PROBLEMATIZAÇÃO
(DISCUSSÃO):
Linguagens -
eixos:
- Científico:
- Ético-político
- Sócio-ambiental
- Estético-cultural
3
INSTRUMENTALIZAÇÃO/DESENVOLVIMENTO:
Recursos pedagógicos
necessários para a aula:
4
CATARSE:
4.1
Síntese:
4.2
Avaliação:
5
PRÁTICA
SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:
5.2
Ações do aluno:
REFERÊNCIAS DE TODOS
OS RECURSOS UTILIZADOS:
ANEXOS:
ESQUEMA DA
AULA
MARX
|
PRÁTICA
|
TEORIA
|
PRÁTICA
|
VYGOSTKY
|
NÍVEL DE
DESENVOLVIMENTO ATUAL
Somos
desnecessários.
|
ZONA DE
DESENVOLVIMENTO IMEDIATO
O estudante preciso
da ajuda de alguém. O Professor é necessário.
|
NOVO NÍVEL DE
DESENVOLVIMENTO ATUAL
Somos
desnecessários.
|
SAVIANI
|
PRÁTICA
SOCIAL
|
PROBLEMATIZAÇÃO
|
INSTRUMENTALIZAÇÃO
|
CATARSE
|
PRÁTICA
SOCIAL
|
GASPARIN
|
Prática inicial do
conteúdo
|
Problematização
|
Instrumentalização
|
Catarse
|
Prática final do
conteúdo
|
o O que o aluno já
sabe: visão da totalidade empírica.
o Desafio: o que o
aluno gostaria de saber a mais?
|
· Identificação e
discussão dos principais problemas postos pela prática social e pelo
conteúdo.
· Dimensões do
conteúdo a serem trabalhadas.
|
· Ações docentes e
discentes para construção do conhecimento.
· Relação aluno x
objeto do conhecimento através da mediação docente.
· O professor trabalha
o conhecimento científico.
|
· Elaboração e
expressão teórica da síntese, da nova postura mental.
· Avaliação: deve
atender às dimensões e aos objetivos.
|
· Intenções do aluno e
a nova atitude sobre o conteúdo e da forma de agir.
· Ações do
aluno.
|
METODOLOGIA DA
PROBLEMATIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA PRÁXIS
Profa Angela e Profa
Adriana
UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA
· MÉTODO DE
ENSINO
• METODO DE
ESTUDO
• ASSOCIADA AO
CONCEITO DE PRÁXIS
METODOLOGIA:
· REALIDADE
SOCIAL: como ponto de
partida e de chegada;
· processo criativo
de ação-reflexão sobre um determinado aspecto extraído,
observado ou vivido;
· este aspecto será
traduzido em nova ação (mais elaborado);
· provocar
intencionalmente alguma transformação;
ETAPAS:
· OBSERVAÇÃO
o Observar algo
relacionado à temática de estudo.
o Perceber o que é
pertinente.
o O conhecimento
permite ao aluno ver determinado aspecto como problema.
o Problematização:
exercício intelectual e social.
· VÁRIOS
PROBLEMAS
o Dadas as condições,
analisar se todos os problemas poderão ser estudados ou se priorizará um
deles.
o Para selecionar o
problema (usar critérios).
· PONTOS
CHAVES
o Identificá-los no
problema:
o Quais as suas
possíveis causas
o Quais seus possíveis
determinantes contextuais
o Quais seus
componentes e seus desdobramentos
· TEORIZAÇÃO
o Resposta das
questões anteriores darão origem à uma lista de: preocupações; afirmações
iniciais; novas perguntas; pressupostos orientadores de estudo; tópicos a serem
explorados; diferentes formas de elaboração.
o Usar idéias e
teorias já disponíveis sobre o problema.
o Se houver
necessidade voltar à observação.
o Buscar
sistematicamente informações técnicas, científicas, empíricas, oficiais, com
auxílio de procedimentos de pesquisa.
o DIFERENTES ÂNGULOS
DO PROBLEMA SÃO ANALISADOS A PARTIR DAS INFORMAÇÕES COLHIDAS EM DIVERSAS
FONTES.
· HIPÓTESES DE
SOLUÇÃO
o Momento de comparar
crenças iniciais com as informações atuais.
o Pode-se reforçar
posições anteriores, reformular posições iniciais.
o Aprendizagem efetiva
vem da relação da teoria com a percepção dos fenômenos concretos,
reais.
o Encontrar
alternativas;
o Elaborar propostas
de superação do problema central em estudo;
· APLICAÇÃO À
REALIDADE (prática)
o Ações sobre a
realidade, que devem ser tomadas, executadas ou encaminhadas;
o Compromisso dos
alunos com o seu meio;
o Aplicação à
realidade
§ O que
fazer
§ Como fazer, em que
condições
§ Com que
estratégias
§ Com que
recursos
§ Para obter que
efeitos
§ Com que finalidade e
para beneficiar a quem
o Condições
objetivas
§ Nível de
conhecimento
§ Disponibilidades das
pessoas envolvidas
§ Autoridade; poder
necessário para intervenção
§ Uso das estratégias;
momento oportuno
§ Grau de
comprometimento e consciência social
PRINCÍPIOS
· As pessoas que
participaram, cedendo informações para a pesquisa, deverão receber
o retorno de toda a elaboração feita por eles.
· Aspectos da
Transformação
o Do início ao final
do processo de estudo, o que acontece com o pesquisador, em termos de
mobilização intelectual, afetiva, política e social
o Em termos de método
de estudo e de leitura sobre essa realidade, que conseqüências
essa experiência poderá ter lhe proporcionado
o Que experiência de
vida poderá representar a etapa final, da ação para a transformação, por mínima
que seja, da realidade social a que pertence
o Associação entre o
conceito de práxis
e conceito de metodologia da problematização
CONCEITO DE PRÁXIS E
FORMAÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA DA PRÁXIS
(VASQUEZ, 1977) –
consciência da práxis como atividade material do homem que transforma o mundo
natural e social par fazer dele um mundo humano.
· Adota concepção
marxista;
· Guia para
interpretar e transformar o mundo; teoria:pratica
PRÁXIS
É DIFERENTE DE PRÁTICA
· PRÁXIS:
é atividade
transformadora, consciente e intencionalmente realizada.
COMO SE CHEGA À
CONSCIÊNCIA DA PRÁXIS
· Superar ponto de
vista limitado da consciência idealista;
· Ir além da
consciência comum;
· Superar consciência
mistificada
· Ascender a um ponto
de vista mais objetivo, científico
· Unir conscientemente
pensamento e ação
· Partir da realidade
cotidiana para a concepção filosófica;
· Ver-se como sujeito
histórico;
CURSOS DE
FORMAÇÃO
Há uma grande lacuna
entre o pensar e o agir profissional na educação, em todos os níveis de
escolaridade.
Importância
da consciência política
A despolitização
cria um vazio muito grande nas consciências, que pode ser facilmente preenchido
por atos, preconceitos e hábitos, impingidos por forças interessadas.
ESCOLA
· QUE PAPEL SOCIAL VAI
DESEMPENHAR
· Conservação-reprodução
· transformação
Concepção
de práxis humana
É à luz da categoria
da práxis, que devem ser abordados, segundo a concepção histórico crítica de sociedade, os
problemas do conhecimento, da história, da sociedade e do próprio
ser.
Teoria-metodologia
da problematização
Não transformar
todos os homens em filósofos, mas que a maior parte deles tenha uma consciência
mais elevadas de si mesmo e do mundo em que vive.
Pela
continuidade das experiências com a Metodologia da
Problematização
A escola pode
participar da formação de cidadãos mais conscientes, críticos e criativos, para
atuar numa sociedade ainda tão desumanizada, para transformá-la.
FONTE:
BERBEL, Neusi
Aparecida Navas. A metodologia da problematização no ensino superior
e sua contribuição para o plano da práxis. Revista Semina.
Londrina. V. 17. Edição especial. p. 7 a 12. nov. 1996.
ANOTAÇÕES:
hi guy
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