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domingo, 3 de fevereiro de 2013
Aula Criativa de Ortografia
Aula Criativa de Ortografia
Maravilhosa aula de Português!!! Este texto encontrei no blog da Priscila Conte o texto é de Glorinha Aguiar. Uma professora de Português me pediu para dar uma aula de ORTOGRAFIA com metodologia criativa porque ela não tinha ideia de como seria essa aula. Dizia que achava muito difícil ensinar gramática... criativamente; que ela era muito importante nos processos seletivos, mas já estava quase desistindo de ensinar a ortografia com todas as suas regras porque os alunos não decoravam. Escreviam tudo errado como se estivessem no 1º ano e não no 8º. Respondi que eu poderia dar essa aula, não só falando, mas, sim, trabalhando na sala de aula com os alunos, pois eles eram o meu laboratório. Depois ela faria a avaliação da metodologia criativa e poderia recriar tudo, de acordo com a sua individualidade. Então, lá fomos nós ao 8º ano D, que era uma turma em que eu dava aula. A proposta criativa era o desenvolvimento da percepção auditiva – a professora de Português não entendeu, pois havíamos combinado que o assunto seria ORTOGRAFIA. Coloquei uma música no aparelho de som e cada aluno tentaria copiar no caderno pedaços dos versos, das palavras ou de qualquer coisa ligada ao poema. Depois, tentaríamos montá-lo na lousa, cada um ajudando da melhor forma possível. Então surgiu a primeira surpresa: o exercício de atenção, concentração e percepção auditiva foi tão grande que a professora de Português ficou espantada. Mas ainda permanecia a dúvida: onde estava a aula de ortografia? Terminada a audição, eu escrevi na lousa o título da música e o nome do autor. Um aluno escreveu o começo do primeiro verso, outro pegou algumas palavras do meio, outro pegou um pouco do fim... Na segunda audição, todos os alunos estavam com as antenas superligadas na aula, voltaram na lousa e quase conseguiram montar o poema inteiro. Novo exercício de percepção, audição, e finalmente conseguiram escrever o poema inteiro. Nesse momento, a música já tinha sensibilizado toda a turma e todos estavam muito motivados para cantar e dançar. E a atividade continuou de forma lúdica. "Agora nós vamos brincar que somos cantores e que nosso coral está ‘arrasando’. Ao mesmo tempo, vamos observar que nos enganamos na ortografia de algumas palavras. Quem quiser poderá ir consertar na lousa e organizar os versos.” O coral foi uma beleza e os alunos cantavam com expressão facial e corporal, libertando seus braços e suas emoções. E a ortografia ficou perfeita. Tudo corrigido, pelos próprios alunos, começamos o "jogo de associação de ideias". Um aluno escreveria na lousa lateral uma palavra do poema e os colegas acrescentariam outras de difícil ortografia, fazendo associação de ideias. Um aluno soletraria em voz alta e a classe toda faria um coro falado, soletrando cada palavra duas vezes, como exercício de ritmo e fixação. Na primeira vez, o coro falaria bem baixinho e na segunda, mais forte. Proposta para a próxima aula: pesquisar em casa, no livro de Português, palavras de difícil ortografia e significado, escrever em folhas de papel, com canetas coloridas, criar frases afetivas e humorísticas com elas e apresentá-las para os colegas, organizando um mural. Além disso, poderiam apontar uma palavra do mural e explicar a regra de ortografia. Para fixar mais, um aluno falaria uma regra e os colegas mostrariam as palavras do mural (ou de cabeça) que encaixassem naquela regra. Encerrando, o coral cantaria novamente com expressão corporal, de costas para o poema escrito na lousa, tentando desenvolver a memória visual. Em uma folha de papel poderiam escrever as emoções sentidas e porquê essa aula foi importante para sua vida. AVALIAÇÃO FEITA PELOS ALUNOS (objetivos atingidos) - Aprendemos a nos concentrar, trabalhar em grupo, respeitar a correção do colega, cantar em conjunto sem inibição ou exibicionismo, trabalhar com a ortografia das palavras e com os versos de um poema admirando a criatividade, a sensibilidade do compositor, do interprete, o ritmo, a emoção causada pela música, o poder das palavras, dos versos, e que gramática não é bicho-de-sete-cabeças. Fazer pesquisas e trabalhar em grupo cria motivação e laços afetivos. AVALIAÇÃO DA PROFESSORA DE PORTUGUÊS- Nunca vi um trabalho tão produtivo, tão simples, tão criativo, tão educativo, tão lúdico como este e com resultados maravilhosos. Os alunos aprenderam muito e o professor apenas coordenou a atividade, motivou e acreditou nos alunos, que ficaram encantados com a música, o coral e a aula de ortografia. Depois de uma aula assim, tenho certeza de que eles estarão sempre atentos à forma correta de escrever uma palavra ou um texto. MINHAS CONCLUSÕES - Em educação criativa quem trabalha não é o professor, é o aluno, que sai da aula cansado, cantando e feliz por ter percebido o quanto produziu, consciente de ter crescido. Penso que isso é EDUCAÇÃO, não MEMORIZAÇÃO DE REGRAS e que educar não é PREPARAR PARA O VESTIBULAR, mas, sim, PREPARAR PARA A VIDA. Os processos seletivos (vestibulares) não podem ser o objetivo da educação, mas, sim, uma maravilhosa consequência de uma escola que fortalece tanto seus alunos para que eles passem nestes exames naturalmente, sem opressão.
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