quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Escola e Família

Escola e Família

O Século XXI trouxe uma série de mudanças no modo de pensar
e agir das pessoas, por causa das novas descobertas científicas,
o advento de novas tecnologias, o melhoramento dos meios de
comunicação, etc. A “aldeia global” do filósofo e educador canadense
Marshall McLuhan, no século passado, não passa hoje de mera
telinha de notebook ou smartphone. O aprimoramento
extremado da comunicação, infelizmente, não levou com a
mesma intensidade à melhoria do diálogo entre as pessoas,
gerações e instituições. Entretanto, algumas posturas em
relação aos detentores dos conhecimentos e os modos de
ensiná-los aos aprendentes e o como estes o adquirem
mudaram substancialmente. Na área da educação,
por exemplo, a escola, antes praticamente colocada
em um pedestal pelos pais, que deixavam sob
a responsabilidade da instituição praticamente todas
as decisões que diziam respeito à educação dos filhos,
já não tem mais a mesma autonomia no processo
de aprendizado da criança ou adolescente. Assim surge um
cenário no qual escola, alunos e pais precisam, juntos,
construir um caminho para o diálogo, pois o acesso aos
saberes e valores não é mão única de nenhuma
das partes envolvidas. Muito pelo contrario, o
estreitamento dos laços entre essas partes pode contribuir
ainda mais para a formação de competências, habilidades e
princípios que o aluno irá levar pelo resto da vida e que serão
de extrema importância para o sucesso pessoal e profissional do jovem.




Qualquer desconchavo entre pais, alunos e escola pode tornar-se um entrave ou até mesmo um desastre para o processo educacional, principalmente quando os réus se fazem de vítimas e estas se tornam rés. Muitas vezes, os pais, independentemente de análise dos fatos ocorridos, por uma questão de empatia familiar, colocam-se ao lado dos filhos, em detrimento da verdade. Por outro lado, em alguns casos, é a escola que interfere em problemas de família que dizem respeito só a esta. Ademais, o problema familiar não deve modificar a rotina escolar da criança ou adolescente nem da instituição deve interferir nas questões diretas do âmago familiar. O que os pais esperam, no mínimo, é uma intuição de ensino que preze, acima de tudo, a formação do aluno como ser humano.




Seja pública ou privada, uma escola não pode deixar que questões de status socioeconômico afetem decisões sobre a vida dos alunos no ambiente de estudo. Se o aluno fez algo que tenha ido contra os princípios sociais e normas da instituição, é imprescindível que a escola lhe aplique uma punição justa, consoante a gravidade das faltas.

Um caso recente, ocorrido em uma escolar particular da Região Metropolitana de Belo Horizonte, expõe de maneira clara e objetiva o quanto pode ser arriscado defender a criança ou adolescente quando, na verdade, o correto seria mostrar ao infrator a inconveniência do erro cometido.

Uma garota fazia prova em sala de aula, acompanhada por três professores, que a flagraram colando. Um dos professores pediu que ela entregasse o pedaço de papel usado para colar, que estava debaixo de um das pernas dela. A aluna negou que o papel existisse, mas quando o educador pediu para que ela se levantasse, a cola foi encontrada. Houve uma reunião entre os professores e, por unanimidade, a prova da garota foi anulada e ela recebeu nota zero. Indignada, a mãe tomou as dores da filha e entrou com uma ação na justiça, pedindo indenização por danos morais, alegando que a garota passou por um enorme constrangimento na frente dos colegas de classe.

Esse é um entre vários exemplos que ocorrem repetidamente em escolas do país. Ao tomar partido dos filhos, mesmo que eles tenham cometido uma infração grave, os pais praticamente estão endossando o comportamento indesejável. E ainda abrem margem para que o jovem se sinta blindado, acima do bem e do mal, confiante de que, no futuro, se cometer outro erro, terá o apoio do pai ou da mãe. E quiçá da sociedade. Muitos pais não fazem ideia do equivoco que estão cometendo e que podem comprometer de maneira decisiva a formação do caráter do filho. A melhor educação é o exemplo, e quando a família defende o aluno em prático de comportamento desviante, ela está praticamente mostrando que o crime compensa e que burlar as regras é correto. Já a escola precisa enxergar o aluno de forma única, cuidando dele como se ela fosse um braço direito dos pais no local em que eles não podem orientar os filhos porque não estão presentes e justamente no período em que ocorre a formação maior do caráter, infância e adolescência.

Enquanto os pais não encontrarem o equilíbrio ao lidar com situações semelhantes aos exemplos aludidos e o ocorrido na instituição citada, não sabendo se posicionarem senão em defender os filhos, estes estarão correndo um sério risco de, em futuro não muito distante, ter que resolver problemas não com professores e diretores, mas, sim, em delegacias e tribunais de justiça.




Emiro Barbini - Presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais.

Fonte: Jornal Estado de Minas

Seu professor merece passar de ano?

Por Josiane Benedet
Quando chega o fim do ano letivo a cena é sempre a mesma. Aquela correria com festa de encerramento, matrícula, organização do amigo-secreto, orçamento daquela reforma que a escola tanto precisa, além do fechamento de notas dos alunos.

Também é nesse momento que os professores e coordenadores reúnem-se para analisar a situação de determinados estudantes que, por algum motivo, não conseguiram alcançar a média. É nessa hora que tudo o que o aluno fez durante o ano será colocado em pauta para o conselho decidir se ele merece ou não ser aprovado.

E o professor, será que ele está apto a passar de ano? Como saber se ele está correspondendo às expectativas da escola e dele mesmo? Como medir o desempenho da equipe? De nada adianta a escola ter todos os recursos de última geração se a equipe não estiver adequada à proposta, afinal, o que faz a diferença na instituição é o nível de competência dos professores.

A avaliação do corpo docente não precisa ser vista pelos educadores como um “paredão da morte”, na qual o diretor chama um a um e aponta as dificuldades e erros cometidos durante o ano letivo. A avaliação de desempenho dos profissionais da educação deve ser encarada como um termômetro que indica os pontos em que o professor está bom e no qual tem de melhorar.

Na opinião da diretora do Colégio Pitágoras – unidade Jardim – Maria José Pereira Castro, a avaliação deve representar uma oportunidade de melhora e não uma ameaça, por isso deve ser constante, durante o ano todo, e não apenas no encerramento do ano letivo.

Por onde começar

Elaborar um método de avaliação do corpo docente não tem segredo, mas para isso também não existe uma receita. Cada instituição, dentro da sua metodologia, deve fazer um levantamento do que deseja avaliar e, com base nesses dados, fazer uma espécie de questionário.

Professor... o alvo

Antes de tudo, é importante deixar claro para o docente que a avaliação não vai resultar em uma lista de demissões no final do ano; que o objetivo é ter um retorno sobre o trabalho desenvolvido.

Para o palestrante e autor de livros didáticos Paulo Sérgio Bedaque Sanches, o professor precisa aceitar-se como alguém passível de avaliação porque está servindo pessoas. Ainda na opinião de Bedaque, o educador não pode ser colocado em um ranking no qual existe o melhor e o pior, mas analisado individualmente, de forma clara. É algo que será visto apenas pela equipe da coordenação e o educador. “O que deve ser avaliado é o trabalho e não a pessoa. Se o processo for transparente o professor não vai sentir-se exposto”, completa Arnaldo William Pinto, diretor pedagógico do Grupo COC.

Como avaliar

Existem várias maneiras de avaliar a equipe. Segundo a assessora e consultora educacional Marisa Triani, a partir das incumbências atribuídas ao professor pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a avaliação dos docentes deve abranger as seguintes dimensões: docência, participação no projeto pedagógico da escola e a colaboração com as atividades de articulação da instituição com as famílias e a comunidade. Para Marisa, a avaliação não deve ser subjetiva e isolada, por isso a melhor forma é unir uma série de dados e fontes para analisar o desempenho dos professores.

O papel do aluno no processo

Como a avaliação deve ser pensada de forma integrada, o aluno também faz parte do processo e jamais deve ser usado como única fonte de dados. Na opinião de Maria José, diretora do Pitágoras, o ideal é preparar o estudante sobre a importância da pesquisa, para que nenhum contratempo entre ele e o professor possa interferir nas respostas.Algumas escolas aproveitam o questionário que o estudante responderá e acrescentam algumas perguntas sobre o próprio aluno. “O objetivo da auto-avaliação é fazer com que o estudante responda com mais maturidade a pesquisa sobre o educador”, afirma Paulo Bedaque.

O que fazer com os resultados?

Como o papel da avaliação é analisar o desempenho dos professores, buscar pontos onde o trabalho deve ser melhorado, todo esse processo tem de resultar em conseqüências para os docentes e para a escola.

Segundo a consultora Marisa Triani, os profissionais que atingiram resultados positivos deverão progredir na carreira e aqueles cujo resultados foram insuficientes deverão participar de programas de formação continuada e fazer uma revisão do seu plano de trabalho, com o objetivo de suprir as deficiências identificadas no processo de avaliação.

O professor, assim como qualquer outro profissional, deve ter e cumprir metas claras. Também deve se preocupar em ser, a cada dia, a cada aula, melhor do que no dia anterior. Se não tiver números e dados claros, esse progresso acaba inviabilizado.

Texto retirado do site www.educadorasim.com.br

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