sábado, 6 de novembro de 2010

Portfólio de Alessandra SOCIOLOGIA

Introdução
Este é um trabalho de cunho reflexivo originado a partir de estudos teóricos relacionados à temática corpo/cultura na sociedade contemporânea, pensando nos fatores que contribuíram para a existência deste corpo cultural assim como suas conseqüências para com o indivíduo e a sociedade. É um instrumento de carácter avaliativo apresentado a coordenação do curso de pedagogia- EAD, da Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM, como um dos requisitos para aprovação na disciplina em questão. Neste trabalho são relatadas minhas descoberta, aprendizagens , pesquisas e dificuldade estabelecendo um paralelo com minha trajetória pessoal rumo à profissional.

Educação corporal: uma reflexão a favor da aprendizagem

O corpo é um dos temas mais discutidos no mundo contemporâneo, sendo objeto de estudos cada vez mais freqüentes no domínio das ciências humanas e sociais. A emergência das reflexões sobre corpo processa-se num quadro de profundas mudanças na civilização, costumes, valores, categorias de análise. Em qualquer caso, julga-se que as novas maneiras de pensar, sentir e agir o corpo são indicadores de uma mudança.
Pensar o corpo e sua construção na contemporaneidade é, primeiramente, partir da premissa de que muito já se escreveu sobre este. Isto nos leva a encará-lo como algo não unitário, já dado em si, mas que se apresenta enquanto múltiplo, visto que várias foram as metodologias utilizadas para estudá-lo. Esse caráter múltiplo do corpo já o coloca em uma posição de não ter uma natureza pré-fixada, mas que ela se constrói ou que é construída. O corpo é produto de uma construção moral pautada nos mais variados momentos históricos. Cada um desses momentos fixa determinados valores que servem de referência para estas construções e que também limitam a ação dos corpos, dizendo o que ele pode ou não fazer.
O modo como cada um de nós percebe, sente, se relaciona com o corpo está ligado ao modo de vida, ao nosso modo de existência. E por isso torna-se necessário saber ou refletir sobre que tipo de idéias se têm sobre ele. Como já foi dito, estas idéias se produzem a partir dos variados atravessamentos de acordo com a época histórica em que se está inserida. Nas mais variadas épocas históricas e nas mais variadas culturas. A relação do sujeito com o seu corpo se dá de maneiras diferentes, corpo que se constrói não apenas fisicamente, mas que desde a concepção é fruto do encontro de dois corpos em movimento de estabelecimento de vínculo, corpo que é físico, mas acima de tudo simbólico-sensual.
Como diz Wallon, o ser humano é geneticamente social e a própria natureza humana se constitui num processo de interação inter-pessoal e inter-cultural, cabendo ao corpo papel principal. Com essa reflexão pode se dizer que o fenômeno do corpo evidencia-se nas fala dos educandos, pois o ser humano, singular e complexo é por si só muito expressivo, dotado de potencialidades que o difere dos demais. Cada ser humano possui seu ritmo próprio sem ser igual ao dos outros seres, desenvolvendo harmônico integral, global e social, no sentido de oportunizar, a busca do auto-conhecimento/ autodescoberta; a busca além das potencialidades, possibilidades e limites do corpo bem como as noções e a importância do apego, da compreensão, da solidariedade e do conhecimento interior e exterior que nos cerca.
No meu ponto de vista a educação corporal tem uma forte ressonância sobre o desenvolvimento da personalidade humana. A aparência joga um papel predominante sobre cada aspecto do comportamento individual, de tal modo que nos sentimos mais atraídos por pessoas, cuja forma física é agradável e estimulante. De tal modo isto é verdade que nas propagandas, revistas ou ídolos consagrados, os julgamentos iniciais partem das expressões e aparências físicas. Podemos dizer que a pessoa é aceita de maneira mais completa e eficaz à medida que apresenta um corpo sadio, e que ao mesmo tempo sabe utilizá-lo. A aceitação do corpo traz mais segurança e liberdade. Por isso nas escolas a expressão corporal, tanto para professores quanto para alunos, é fundamental para a comunicação e para o entendimento, pois as escolas devem abrir novos espaços para que a expressividade corporal seja trabalhada em todas as séries, desde a inicial até a final.
Na Grécia, o ponto inicial de toda especulação fisiológica era a observação elementar de que a vida implica a presença de certas substancias do mundo exterior, como o ar e a comida e os líquidos do corpo humano, como o sangue. Segundo a fisiologia começa quando o homem tenta correlacionar estas substancias, os gregos possuíam uma filosofia onde o corpo possuía um papel de destaque, possuindo um valor muito forte para a sociedade Grega. Era necessário que o indivíduo cidadão fizesse uma intima relação entre o trabalho do corpo e os conhecimentos existentes (filosóficos, matemáticos, químicos, entre outros), pois a perfeição só podia ser alcançada com a união da beleza e da virtude. A era romana, onde também encontramos a existência da prática corporal ainda unida ao conhecimento, só que passa a existir o doutrinamento do corpo para levá-lo a guerra. O corpo aqui perde significativamente sua importância social e passa a ser visto como um instrumento de prazer e guerra, o que acarretou após a queda do império romano, uma época de profundo—as mudanças. Em relação à Educação Corporal na escolarização da criança de zero. Podemos buscar recursos para orientar nossas crianças na manutenção de uma postura saudável na posição sentada, como o professor pode ajudar a criança a organizar sua coluna vertebral durante as atividades pedagógicas, indicação correta para a preensão do lápis,qual a melhor forma de carregar a mochila e o material escolar. Na maioria das vezes, pais e educadores conseguem identificar com clareza as posturas incorretas das crianças e sabem até adverti-las disto. Possibilitando a compreensão da noção de postura corporal relacionada à atitude comportamental e assim, através de exercícios corporais, regular funções tais como: concentração, atenção, interesse, apatia, hiperatividade e agressividade. Através das brincadeiras a criança aprende, exercita suas novas habilidades, percebe coisas novas, digere medos e angústias, repete sem parar o que gosta, explora e pesquisa o que há de novo ao seu redor e os limites do seu corpo. Um importante fator que não podemos negligenciar está diretamente ligado ao caráter essencialmente afetivo que caracteriza a atividade corporal nos primeiros anos de vida, e que, torna-se referência incontestável como elemento de transmissão de conhecimentos na educação infantil ou pré-escola. O gestual, o brincar, o fazer movimentos, o dançar, estão vinculados a uma possibilidade direta de motivação na escola, nestas primeiras séries da educação infantil e a exploração desta forma de linguagem é estratégia de ensino e exemplo de trabalho pedagógico. É no ato de brincar que a criança desenvolve sua identidade, sua autonomia, atenção, imitação, imaginação, memória, que experimenta e cria regra, supera seus medos e anseios, compreende o outro, enfim, é brincando que a criança descobre-se como “gente” socialmente incluída e capaz de conviver com o diferente, seja com o seu próximo ou com alguma situação. É também no brincar que realiza toda a trajetória social, a qual fará quando for crescida, ato criativo presente, favorecendo a formação de, sujeitos críticos e questionadores, fatores imprescindíveis para a formação de agentes sociais coerentes, que denominamos, cidadãos. O corpo da criança é a ferramenta pela qual a criança interage com o mundo e o brincar é a estratégia mais usada e preterida para trocar experiências com o meio, vivenciando situações e estabelecendo contatos que a aproximem cada vez mais do viver em sociedade. Através dos movimentos, a criança faz uso de uma linguagem inicial que tem valor insubstituível em suas primeiras relações com o mundo, que ajudam a construir sua personalidade.
A formação de professores é foco de atenção nas análises, pois se constitui em um dos elementos essenciais para a realização de uma prática docente atenta à importância do movimento corporal da criança como forma de expressão, comunicação e interação com seus pares no ambiente escolar.

CONCLUSÃO .
Esse trabalho objetiva apontar algumas perspectivas para o redimensionamento da Educação Corporal no interior da instituição escolar. Procurando evidenciar a falta de horizontes para o atual modelo adotado na escola. Por outro lado, mostra a importância da vivencia de seu corpo, da quebra de paradigmas, e também, a importância da expressão corporal dentro das escolas, tanto para uma melhor formação de indivíduos cidadãos, quanto para o entendimento entre alunos e professores. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, a qual me possibilitou uma melhor percepção de corpo e individuo na sociedade. Com base nas essências, pude perceber de uma forma mais clara que a expressão corporal num contexto completo pode influenciar em um melhor nível de vida, libertando-se da influencia que a mídia nos impõe em relação aos padrões de beleza. Foram muitas as dificuldades mais o guia permitiu amenizar algumas delas, espero que goste.

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