terça-feira, 20 de agosto de 2013
Estamos criando irresponsáveis.
Estamos criando irresponsáveis.
No último dia 9 de outubro, um acidente no Rio de Janeiro ganhou as páginas dos jornais e revistas. A jovem carioca, Juliana Ferreira Vilela atropelou um casal que caminhava numa calçada a poucos metros de sua casa. O aposentado Rudolf Lessak de 80 anos veio a falecer, sua esposa Rosany Calazans, de 49 anos, teve mais sorte e acabou protegida pelo corpo do marido. Infelizmente este é mais um acidente a ganhar destaque na mídia em nosso país este ano. Já estamos nos acostumando com a rotina de imprudência e principalmente de impunidade.
Este crime em especial chamou minha atenção por um pequeno detalhe. Segundo a vítima, Rosane Calazans, a motorista do veículo teria fugido do local do acidente a pé até o condomínio onde mora. Ela estava de salto alto e vestido e , ao retornar, estava trocada, usando um short e chinelos baixos, algo mais adequado ao seu depoimento em que afirmou ter saído de casa para buscar pão, e primeiro disse que teria cochilado ao volante, para depois dizer que uma van fez uma manobra, fazendo com que ela perdesse o controle de seu carro.
Para complicar, Juliana não possuía carteira de habilitação, algo fundamental para quem se dispõe a dirigir em nosso país. E o mais incrível de tudo é que, ao contrário do que você deve estar pensando, ela não é menor de idade, possui 26 anos, e dirigia a picape Nissan Frontier de sua mãe.
Que tipo de jovens estamos formando? Eu não sei você, mas tenho muita dificuldade em conviver com a mentira. A jovem que motivou este texto fugiu para sua casa para se trocar e assim dar credibilidade a seu depoimento, fundamental, pois qual delegado acreditaria que um moça colocaria vestido e salto alto para ir a padaria? Numa situação como esta você mentiria com seu filho? Será que este é o papel de um pai?
Um jovem adulto, é este o termo moderno para uma moça de 26 anos que vive com seus pais. Eu prefiro usar outra palavra da língua portuguesa: irresponsável. Esta moça é uma irresponsável, pois até agora, com 26 anos, não se prontificou a tirar sua carteira de motorista. Ela entende, ao contrário de todos nós, que é natural dirigir, mesmo não portanto este documento. O mais absurdo é que Rudolf Lessak está agora morto, mas esta irresponsável ainda poderá tirar sua carteira de motorista.
Qual é o papel de um pai e de um mãe quando nossos filhos cometem erros? Eu creio que nosso papel é dar apoio para nossos filhos, mas devemos ensiná-los a assumir suas atitudes. Creio que a atual geração de pais está se perdendo no processo de educar seus filhos. Com medo de contrariá-los, eles têm permitido que muitos erros sejam cometidos.
Não acredito que a irresponsável é uma marginal, que deva ser presa. Não creio que esta seja a punição adequada, mas a impunidade vem gerando uma geração de irresponsáveis, gente que se esconde atrás de mentiras. Quem dirige sem habilitação coloca em risco a vida das outras pessoas, mas parece que Juliana não pensa assim.
Não vou falar de bebida, pois não foram produzidas provas que permitam afirmar que ela estava embriagada. Baseado nisto, nossa irresponsável não fez o exame de sangue para apurar a dosagem de álcool em seu sangue. Como ela diz que foi buscar pão, isto está totalmente fora de questão…quem beberia logo cedo? Culpados mesmos são o casal que, infelizmente, decidiu passear pela calçada em uma manhã de domingo. Eles sim são os culpados por conviver com Juliana na mesma sociedade.
Sinto muito pela perda de Rosany Calazans. Do fundo do coração, eu peço a nosso Deus que a conforte pela perda de seu Rudolf.
Quanto à família de Juliana, eu devo dizer que tenho dó deles e medo que eu e minha família tenhamos de conviver com pessoas como eles.
Existem coisas que só aprendemos em nossa casa. Ser responsável e assumir nossos erros é uma delas. Uma pena… Juliana nunca vai aprender nada sobre isto.
Postado por Reginaldo Andrade
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