domingo, 2 de março de 2014
Desobediência excessiva pode ser transtorno", diz psiquiatra infantil retirado do blog educando com arte
Desobediência excessiva pode ser transtorno", diz psiquiatra infantil retirado do blog educando com arte
Em entrevista, o especialista Gustavo Teixeira, autor do livro "O reizinho da casa", explica as diferenças entre uma simples birra e o transtorno desafiador opositivo;
Discordar, desobedecer ou se opor são atitudes normais e, até mesmo, esperadas quando uma criança é contrariada ou repreendida. Esse comportamento está longe de ser preocupante no dia a dia. Entretanto, quando ele começa a interferir na rotina da criança trazendo sofrimento e dor, os pais devem ficar atentos.
Em seu novo livro "O reizinho da casa" (Editora BestSeller), o psiquiatra especialista em infância e adolescência Gustavo Teixeira explica que a desobediência excessiva pode indicar que a criança sofre de transtorno desafiador opositivo. Confira, na entrevista abaixo, como os pais podem identificar e lidar com essa condição:
Uma das características da criança com transtorno desafiador opositivo é a dificuldade de trabalhar em grupo na escola
Discordar, desobedecer ou se opor são atitudes normais e, até mesmo, esperadas quando uma criança é contrariada ou repreendida. Esse comportamento está longe de ser preocupante no dia a dia. Entretanto, quando ele começa a interferir na rotina da criança trazendo sofrimento e dor, os pais devem ficar atentos.
Em seu novo livro "O reizinho da casa" (Editora BestSeller), o psiquiatra especialista em infância e adolescência Gustavo Teixeira explica que a desobediência excessiva pode indicar que a criança sofre de transtorno desafiador opositivo. Confira, na entrevista abaixo, como os pais podem identificar e lidar com essa condição:
iG: A criança desafiadora ou desobediente deve ser fonte de preocupação para os pais?
Gustavo Teixeira: É natural que toda criança durante seu desenvolvimento tenha um comportamento desobediente, opositor. Não podemos achar que tudo é patologia. Só podemos estabelecer que é um transtorno, nesse caso chamado de transtorno desafiador opositivo, quando os sintomas presentes no dia a dia dessa criança são tão graves e incapacitantes que interferem diretamente em sua vida. Provoca dor e sofrimento para ela e para todos que a cercam. Essa criança tem prejuízos significativos na escola ou na área social. Existe dor. Encontramos famílias completamente desestruturadas por causa desse problema.
iG: Quais sinais indicam que o filho está cruzando o limite de apenas “ser criança” para poder ser caracterizado o transtorno desafiador positivo?
Gustavo Teixeira: São dois parâmetros que precisamos prestar atenção: o funcionamento acadêmico e o social. Quando o sintoma é grave a ponto de suspeitar do transtorno, essa criança terá prejuízo acadêmico. Ela não gosta de trabalhar em grupo, desafia professores, não aceita fazer dever em casa ou sala. Além disso, tem o parâmetro social, que vai ser o principal indicador. A criança terá dificuldade de se relacionar com iguais, vai se opor a tudo, brigar com figuras de autoridade, desafiar orientações de adultos de uma forma geral. O funcionamento social será bastante problemático. É preciso ficar alerta para esses sinais.
O que causa o transtorno desafiador opositivo?Gustavo Teixeira: Esse transtorno, como outros, apresenta causas biológicas que a ciência ainda não sabe exatamente quais são. Também existem os desencadeadores ambientais. Estudos mostram que a criança que vive em lares com pais agressivos ou com normas demasiadamente rígidas pode apresentar o transtorno. Outro gatilho importante é o núcleo familiar que utiliza métodos exatamente opostos ao mencionado, ou seja, famílias sem regra alguma. Nesse cenário, a criança acaba manipulando o pai e a mãe e se torna o “reizinho” ou “rainhazinha” da casa. Os pais se desautorizam na frente da criança, ela não tem hora para almoçar, para fazer lição de casa, para tomar banho. Não existem regras a serem seguidas. Esse é um exemplo de criação parental problemática. Quando uma criança tem transtorno desafiador opositivo é mandatório fazer uma orientação com os pais porque eles também fazem parte do problema.
Gustavo Teixeira: Esse transtorno, como outros, apresenta causas biológicas que a ciência ainda não sabe exatamente quais são. Também existem os desencadeadores ambientais. Estudos mostram que a criança que vive em lares com pais agressivos ou com normas demasiadamente rígidas pode apresentar o transtorno. Outro gatilho importante é o núcleo familiar que utiliza métodos exatamente opostos ao mencionado, ou seja, famílias sem regra alguma. Nesse cenário, a criança acaba manipulando o pai e a mãe e se torna o “reizinho” ou “rainhazinha” da casa. Os pais se desautorizam na frente da criança, ela não tem hora para almoçar, para fazer lição de casa, para tomar banho. Não existem regras a serem seguidas. Esse é um exemplo de criação parental problemática. Quando uma criança tem transtorno desafiador opositivo é mandatório fazer uma orientação com os pais porque eles também fazem parte do problema
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