segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ATIVIDADES INICIO DE ANO LETIVO

ATIVIDADES INICIO DE ANO LETIVO
1- Escrita espontânea compreendendo diferenças entre a escrita alfabética e outras formas gráficas

Esse não é um saber óbvio e que “já vem pronto” e, por isso, precisa ser trabalhado em sala de aula, em situações que levem os alunos a distinguir entre: a) letras e desenhos, b) letras e rabiscos, c) letras e números, d) letras e símbolos gráficos como setas, asteriscos, sinais matemáticos, desenhos, etc.

• Preparar uma sacola com fichas de letras, números, símbolos e desenhos. Pedir aos alunos que sorteiem as fichas e as separem de acordo a categoria que representa cada uma.
• Brincar com trilhas, utilizando nas pistas: letras, números, gravuras e símbolos.
• Realizar muitas atividades de exploração das letras do alfabeto.
• Levar para a sala de aula textos que circulam na sociedade como: encartes de lojas, rótulos, cartazes informativos, cartões de loteria, folder’s, listas de compras com quantidades e preços etc. (É IMPORTANTE QUE O PROFESSOR FAÇA ANÁLISE DESSES MATERIAIS ESCRITOS JUNTO COM OS ALUNOS)
• Planejar situações didáticas nas quais os alunos sejam desafiados a escreverem sozinhos, em grupo e coletivo.
• Planejar na rotina semanal “MOMENTOS PARA LER” (duração de mais ou menos uns 10 minutos): nesses momentos todos leem, alunos e professor – essa atividade não é apenas para aqueles que sabem ler.


2- Reconhecimento e identificação dos diferentes tipos de letras, em diferentes contextos (alfabeto completo).

O aluno precisa aprender que não pode escrever qualquer letra em qualquer posição numa palavra, porque as letras representam fonemas, os quais aparecem em posições determinadas nas palavras.

• Brincar com os crachás dos alunos, escrevendo o nome ao contrário e ver se eles descobrem de quem é o nome, e assim levá-los a compreender que se modificarmos a posição das letras teremos outro nome.
• Fazer o “troca-troca” de letras para formar novas palavras...(comutação)
• Proporcionar aos alunos o manuseio de escritos diversos, impressos e manuscritos, perguntando-lhes em que gêneros de textos e em que suportes existentes na sociedade se podem encontrar exemplos de cada tipo de escrita.
• Propor desafios aos alunos para “caçar” letras em gêneros e suportes que circulam na sociedade (folder, anúncios, rótulos...), como por exemplo: Pintar todas as letras N; o desafio é que precisarão encontrar a letra citada de diferentes formas de traçado.
• Ensinar aos alunos a traçar bem as letras mostrando-lhes a importância de apresentar uma escrita legível (escrevemos para outros lerem).
• Desafiar os alunos a copiarem uma parlenda já decorada utilizando outro tipo de letra diferente do escrito pela professora.

Para desenvolver a capacidade de leitura autônoma dos alunos, será mais adequado que o professor trabalhe com textos escritos em letras de forma maiúscula, cuja identificação é mais fácil para as crianças, porém não é recomendável que se impeça o contato dos seus alunos com textos e impressos com outros tipos de letras, que circulem socialmente em diversos suportes, cumprindo diferentes funções.

3- Correspondência letra/som

Nosso sistema de escrita é alfabético. Isso significa que seu princípio básico é o de que cada “som” é representado por uma “letra” – cada “fonema” por um “grafema”.

• Pedir que os alunos formem palavras a partir de letras dispostas de forma desordenada.
• Planejar atividades em que os alunos tenham que identificar as letras em diversas posições na palavra – SEMPRE FAZENDO A ANÁLISE DA MESMA.
• Montar palavras utilizando o alfabeto móvel (este material é indispensável para os alunos de 1º ano)
• Propor situações de escrita espontânea; é importante que o professor tome duas ou três das palavras escritas pelos alunos e faça a análise coletiva no quadro, sempre fazendo com que reflitam sobre o sistema de escrita alfabética.
• Criar situações em que os alunos ditem palavras para o professor escrever no quadro (FAZER ANÁLISE DAS PALAVRAS COM OS ALUNOS).
• Refletir sobre as rimas e aliterações presentes nas palavras e nos nomes dos alunos e professor.
• Elaborar atividades de formação de novas palavras por meio de troca, supressão e substituição de letras;fazer com os alunos observem o que acontece quando se trocam letras em uma determinada palavra.
• Propor atividades em que os alunos tenham que complementar com letras ou sílabas palavras que são apresentadas incompletas.
• Planejar variadas atividades com listagens de palavras do mesmo campo semântico, como por exemplo: brinquedos, comidas preferidas, histórias que mais gostam, times de futebol, frutas, animais que vivem na selva, cores, palavras que rimam, palavras que comecem com a mesma letra ou a mesma sílaba...
• Planejar atividades diversas: bingo, jogo da forca, caça-palavras, palavras cruzadas, com ou sem banco de palavras...
• Trabalhar a memorização das palavras através de jogos e brincadeiras – sempre fazendo a análise das mesmas e desafiando os alunos a formarem outras...
• Planejar situações didáticas nas quais os alunos possam utilizar o dicionário.
• Analisar junto com os alunos sobre as relações entre os sons das palavras e sua forma escrita.

4- Reconhecimento de unidades fonológicas (sílabas, rimas, terminações e início de palavras)

As atividades trabalhadas para desenvolver as capacidades 3 e 4 são semelhantes, portanto o professor precisa ter objetivos claros para cada uma delas.

Para aprender a ler e escrever com autonomia, o requisito indispensável é ser capaz de operar racionalmente com unidades sonoras de apreensão mais difícil – os fonemas – e com as complexas relações entre os fonemas e o modo de representá-los graficamente.

• Formar listas de palavras que comecem ou que terminem com determinada sílaba.
• Refletir, junto com os alunos, sobre os padrões silábicos de palavras significativas nos textos em evidência..
• Brincar com trava-línguas – depois é importante que o professor escolha um dos trava-línguas e registre-o no quadro fazendo a análise das palavras junto com os alunos destacando as sílabas repetidas.
• Jogo caça-rimas: os alunos recebem uma cartela com algumas figuras coladas e algumas fichas com figuras, eles deverão encontrar na cartela os pares que rimam – após essa atividade é importante que o professor faça a sistematização desse conteúdo.
• Explorar as rimas nas palavras de canções, parlendas, quadrinhas e poesias, omitindo as palavras finais dos versos para que os alunos as substituam por outras que dê continuidade a rima.
• Bingo das rimas: a professora dita palavras para os alunos procurarem em suas cartelas outra que rima com a palavra que foi ditada.
• Realizar (muitas) atividades de composição e decomposição de palavras.

5- Noções básicas de separação de sílabas

Nos primeiros momentos de alfabetização é importante que o professor crie situações em que as crianças prestem atenção à pauta sonora da língua e operem, ludicamente com unidades do sistema fonológico. É possível brincar com a posição desses segmentos nas palavras, por exemplo, formando listas de palavras que comecem, ou terminem, com determinadas sílabas.

• Trabalhar com jogos diversos;
• Planejar atividades de formação de palavras significativas utilizando-se do silabário (caixa com diversas fichas de sílabas – material didático importantíssimo para as turmas de 1º ano).
• Propor brincadeiras ou jogos em que os alunos reflitam sobre a quantidade de sílabas das palavras.
• Propor atividades nas quais os alunos possam descobrir palavras contidas em palavras, como por exemplo: CARRAPATO (RAPA, PATO...); escrever no quadro essas palavras decompostas para que sejam analisadas quanto ao número de sílabas, de letras e a quantidade de letras que compõem as sílabas.
• Realizar atividades com palavras nas quais os alunos possam conhecer diferentes estruturas silábicas, como por exemplo: brincar com os alunos para que percebam a quantidade de sílabas que constituem os seus nomes; entregar-lhes uma ficha com o nome (do aluno), pedir que utilize a tesoura para cortá-lo estando atentos às partes que o constitui; aproveitar para fazer análise dos nomes que apresentam estruturas silábicas diferenciadas.

É importante que o professor utilize diferentes estratégias de ensino para desenvolver essa capacidade – fundamental para que o aluno compreenda o funcionamento do sistema de escrita alfabética.

6- Escrita do nome (completo)

O nome do aluno, por se tratar de uma escrita estável, ou seja, que não sofre modificações deve ser o ponto de partida para o processo de alfabetização e letramento. O nome é um “texto” repleto de significados, portanto, oferece várias possibilidades de exploração e de análise lingüística.

• Leitura e escrita de listas com nomes de meninos e meninas.
• Jogos diversos: bingo, jogo da memória, quebra-cabeça, forca...
• Atividades utilizando-se de letras móveis.
• Atividades nas quais as crianças possam comparar nomes: nomes que começam ou terminam com a mesma letra, a quantidade de letras e sílabas dos nomes comparados, nomes que começam com a mesma sílaba, etc.
• Criar situações didáticas nas quais os alunos precisam assinar o nome completo, como por exemplo, autoria dos textos coletivos, combinados, identificação dos trabalhos realizados...

7- Compreensão da ordem alfabética

Visto que muitos dos textos que circulam na sociedade estão organizados em ordem alfabética, é importante que o professor leve o aluno a compreender que a ordem alfabética existe para facilitar o acesso às informações contidas nesses textos.

• Atividades realizadas com os crachás dos alunos.
• Organizar listas de palavras em ordem alfabética.
• Organizar fila de alunos em ordem alfabética.
• Organizar em ordem alfabética a lista de ingredientes de uma receita realizada com os alunos.
• Realizar jogos e outras atividades fazendo uso do dicionário.
• Favorecer o acesso dos alunos aos gêneros e suportes presentes no cotidiano: lista telefônica, diário de classe, enciclopédia etc.
• Elaborar agenda telefônica e de aniversário dos alunos.
• Elaborar junto com os alunos um bichonário.
• Elaborar junto com os alunos um dicionário de palavras bonitas ou palavras conhecidas etc.

Durante as atividades de colocar em ordem alfabética as palavras ou nomes, os alunos precisam ser desafiados a refletirem também sobre as palavras ou nomes iniciadas com a mesma letra.


8- Identificação e reconhecimento da função dos diversos gêneros textuais

Trabalhar conhecimentos, capacidades e atitudes envolvidas na compreensão dos usos e funções sociais da escrita implica, em primeiro lugar, trazer para a sala de aula e disponibilizar, para observação e manuseio pelos alunos, muitos textos pertencentes a gêneros diversificados presentes em diferentes suportes. Mas implica também, ao lado disso, orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas, explicitando informações desconhecidas.

• Ler em voz alta para os alunos: histórias, notícias, propagandas, avisos , cartas circulares para os pais e conversar sobre a leitura.
• Levar para a sala textos escritos de diferentes gêneros, em diversos suportes ou portadores e explorar esse material com os alunos (para que servem, a que leitores se destinam, onde se apresentam, como se organizam, informações importantes que não podem faltar, de que tratam, que tipo de linguagem utilizam...).
• Elaborar junto com os alunos comunicados para os pais, como por exemplo: bilhetes para convocar pais para reuniões, festas...(é importante que o professor reflita junto com os alunos sobre os objetivos e destinatários a que se destinam esse tipo de texto).

9- Noções de classificação e sequência (seriação e ordenação)

É importante que o aluno participe de situações de ensino que ele possa fazer agrupamentos, sequenciar e ordenar objetos.

• Propor aos alunos que descrevam oralmente “o que há na cozinha da sua casa”?; “o que há no quarto?” deixar que eles se expressem livremente sobre o que faz parte ou não dos dois ambientes, o que faz parte dos dois ambientes ao mesmo tempo.
• Colocar em uma caixa figuras de brinquedos, bichos, pessoas e solicitar que os alunos organizem grupos com essas figuras, em seguida questionar sobre os critérios utilizados para essa organização.
• Planejar brincadeiras para que os alunos possam refletir sobre essas questões.

10- Contagem oral com sequência lógica

• Solicitar aos alunos que contem as letras do seu nome.
• Trabalhar com o calendário diariamente: contar quantos dias faltam para o aniversário, para a festa das mães, quantos dias faltam para terminar a semana...
• Numerar listas de nomes e palavras.
• Registrar resultados de jogos realizados com os alunos.

11- Interpretação e representação numérica

Os alunos, desde bem pequenos têm conhecimentos anteriores sobre a organização e a regularidade do sistema de numeração, deve-se levar em conta esses saberes, embora sejam incompletos e instáveis para que as crianças, a partir deles possam dar sentido às representações numéricas. As atividades propostas devem ser significativas para que os alunos possam refletir e compreender as diversas funções das representações matemáticas.

• Propor histórias matemáticas e situações-problema para que o aluno faça as representações numéricas.
• Representar com numerais as quantidades.
• Planejar atividades em que seja possível a exploração de números do interesse das crianças, como as idades de seus familiares, entre outros.
• Construir linhas do tempo junto com os alunos .
• Comparar quantidades refletindo com os alunos sobre os agrupamentos...

12- Identificação de formas geométricas relacionando-as a objetos do cotidiano

A partir das diversas situações cotidianas, os alunos constroem relações para compreensão do espaço a sua volta. Os alunos não devem apenas classificar as formas geométricas, mas também tornarem-se capazes de descrever e interpretar semelhanças e diferenças observadas para perceberem o espaço.

• Fazer listas de objetos que há na sala de aula, de acordo com as formas geométricas que possuem.
• Realizar atividades utilizando-se de materiais reciclados (tubos, caixas, embalagens etc.
• Planejar atividades nas quais os alunos toquem objetos para sentir a diferença entre as faces planas e as faces arredondadas.
• Planejar atividades para comparar as formas de objetos de uso no cotidiano (caixas diversas, biscoitos, latas, lápis...) as formas geométricas.


Referências Bibliográficas

PANIZZA, Mabel e colaboradores. Ensinar Matemática na Educação Infantil e nas Séries Iniciais – Análise e propostas. Ed. Artmed. Porto Alegre-Rio Grande do Sul, 2006.

Pró-Letramento - Programa de Formação continuada de professores dos anos iniciais/Séries iniciais do Ensino Fundamental. Matemática. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica.

Pró-Letramento - Programa de Formação continuada de professores dos anos iniciais/Séries iniciais do Ensino Fundamental. Alfabetização e Linguagem. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica.

NOTAS:

ü Precisamos estar atentos à INCLUSÃO, não apenas dos alunos com deficiência, mas de todos os alunos que apresentam dificuldade para aprender. Segundo Maria Teresa Mantoan, a inclusão obriga o sistema educacional a se repensar, a descobrir novas formas de ensinar. Portanto, ao planejar as suas aulas o professor precisa decidir que flexibilizações precisará fazer para que todos os alunos possam trabalhar e avançar no processo de aprendizagem. Essas flexibilizações a serem feitas referem-se a quatro aspectos, que são:

1. ESPAÇO – adaptação do ambiente escolar para permitir a participação do aluno deficiente em todas as atividades desenvolvidas na sala de aula (a organização dos alunos na sala de aula precisa ser pensada no planejamento, portanto esses alunos não podem ficar de fora das atividades planejadas para a turma);

2. RECURSOS OU MATERIAIS – no momento do planejamento da aula o professor precisa estar atento às dificuldades dos alunos, muitas vezes precisará criar recursos ou materiais adaptados para que todos possam realizar as atividades propostas;

3. TEMPO – alguns alunos precisarão de um tempo maior para dar conta das atividades propostas (o MEC sugere que esse aspecto seja trabalhado em parceria com o A.E.E. Atendimento Educacional Especializado que deve ser no contraturno);

4. CONTEÚDO – o professor precisa estar atento para que o aluno avance no processo de aprendizagem, muitas vezes precisará selecionar partes do conteúdo ensinado, aquilo que é essencial para ele conhecer.

ü É de fundamental importância que durante o desenvolvimento das atividades planejadas, o professor tenha como meta principal permitir ao aluno o efetivo domínio da escrita alfabética, assim como também permitir-lhe a reflexão sobre o uso da língua escrita como meio de acesso aos diversos gêneros e suportes textuais presentes no nosso cotidiano.

ü O professor precisa estar atento ao seu planejamento para que o trabalho de análise e reflexão do sistema de escrita esteja combinado com os outros eixos da língua: produção escrita, leitura e linguagem oral.

ü Não se pode esquecer de que a abordagem das regras ortográficas é indissociável do processo de alfabetização.

Este material foi elaborado pela Coordenação de Alfabetização
Como trabalhar o nome proprio com as criancas?
Leia algumas sugestões para trabalhar os nomes próprios com seus alunos::
a) Confeccionar tarjetas de nomes para o cartaz de pregas com a lista da sala (a "chamadinha");
b) Identificar objetos e pertences das crianças;
c) Utilizar a escrita do nome em situações em que isso se faz necessário: pedir que escrevam seus nomes todos os dias nas folhas de atividades propostas a elas. Oferecer a tarjeta com o nome para que possam copiá-lo. Organizar listas de nomes;
d) Jogo da memória com nomes. Utilizar a fotografia da criança como um recurso;
e) Realizar leitura de nomes e socializar estratégias (recurso conhecido como "preguicinha": a professora vai mostrando letra por letra do nome para que as crianças identifiquem o nome escondido);
f) Selecionar as letras da sequência de seu nome: usando letras móveis;
g) Organizar a sequência de letras de um nome: usando letras móveis;
h) Que nome falta? Tirar um dos nomes da "chamadinha" para que as crianças identifiquem qual nome falta na lista;
i) Jogo de "forca" usando os nomes da turma;
j) Bingo de nomes;
l) Cruzadinha de nomes;
m) Adivinha de nomes: a professora começa a escrever um nome e as crianças, consultando a lista de nomes que está na sala, tentam adivinhar de quem é aquele nome e que letras são necessárias para completá-lo.
Fonte bibliográfica: Apostila Trabalho Pedagógico com o nome próprio. Kidsmart e Avisa Lá.

CHAMADINHA

A "chamadinha" é um momento na rotina da Educação Infantil ou nas Séries Iniciais, onde o professor trabalha com os nomes das crianças da turma. Além de ajudar na socialização, este momento colabora para a ampliação do conhecimento sobre escrita que as crianças já têm.

Objetivo: Ler usando índices de leitura (letra inicial, letra final, tamanho do nome, seqüência de letras e direção esquerda→direita) o seu nome e o nomes dos colegas de turma.

♥ Apresentar o nome, indicando a letra inicial. Obs.: Não dizer a "letra da Larissa", mas simplesmente "L". Fala-se o nome da letra e a criança identifica a quem pertence aquela inicial.

♥ Comparar os nomes a partir da contagem do número de letras: nomes com mais letras do que... ou com menos letras do que... nomes com mesmo número de letras que...

♥ Fazer conjuntos a partir de: letra inicial, letra final, número de letras, nomes dos meninos e das meninas, de quem está na sala e de quem está ausente.

♥ "Preguicinha": apresentar o nome escrito em uma faixa escondido dentro de um livro (por exemplo), a partir da letra inicial, escondendo as outras letras (o nome vai "aparecendo" lentamente).

♥ Brincar de "nome oculto": cada criança receberá o nome de um colega. A professora chama uma criança de cada vez para entregar o nome ao colega. Eles adoram essa brincadeira!!!

♥ Esconder os nomes pela sala para que as crianças procurem.

♥ Esconder as letras iniciais (alfabeto de madeira, cartolina ou E.V.A.) para que as crianças procurem.

♥ Brincar de "forca" de nomes da turma: graduar as dificuldades - colocar a letra inicial, ou a final, só vogais ou só consoantes.

♥ Adivinhar o nome a partir das características da criança. Exemplo: "esse nome é de uma menina de cabelos compridos e castanhos".

♥ Chamada por escrito: a professora registra no quadro-de-giz (ou blocão). As crianças registram como uma lista.

♥ A criança faz a chamadinha junto com a professora, apresentando os nomes e lendo. Esta é uma atividade individual que permite um acompanhamento das hipóteses de leitura.

♥ Obs.: Pode-se ter na sala uma lista "fixa", com os nomes de todas as crianças, que servirá como material de consulta das crianças.


GENTE TEM SOBRENOME
(Toquinho)

Todas as coisas têm nome:
Casa, janela e jardim
Coisas não têm sobrenome
Mas a gente sim.

Todas as flores têm nome:
Rosa, camélia e jasmim
Flores não tem sobrenome
Mas a gente sim.

O Chico é Buarque
Caetano é Veloso
O Ary foi Barroso também
Entre os que são Jorge
Tem o Jorge Amado
E outro que é o Jorge Ben.

Quem tem apelido
Dedé, Zacarias,
Mussum e a Fafá de Belém
Tem sempre um nome
E depois do nome
Tem sobrenome também.

Todo brinquedo tem nome:
Bola, boneca e patins.
Brinquedos não têm sobrenome
Mas a gente sim.

Coisas gostosas têm nome:
Bolo, mingau e pudim.
Doces não têm sobrenome
Mas a gente sim.

Renato é Aragão
O que faz confusão
Carlitos é o Charlie Chaplin
E tem o Vinicius
Que era de Moraes
E Tom brasileiro é Jobim

Quem tem apelido
Zico, Maguila,
Xuxa, Pelé e He-man
Tem sempre um nome
E depois do nome
Tem sobrenome também!

Com essa música poderemos separar o "nome" deles (substantivo próprio) dos nomes das coisas (substantivo comum).
Devido essa música estar "envelhecendo", vários dos personagens citados já faleceram... Então foram apresentadas as fotografias. Deu certo! As crianças identificaram alguns, conheceram outros, pesquisaram sobre suas obras, e mesmo o desenho do He Man não era de todo desconhecido. No final, montaram um mural com a letra e as imagens.

Cinco Eixos da Alfabetização

Cinco Eixos da Alfabetização e Letramento:


Para que não tem acesso ao material elaborado pelo CEALE para o MEC e para a Secretaria de Educação de Minas Gerais acompanhe a seguir um pequeno resumo sobre cada um dos cinco eixos. Os mesmos foram apresentados com suas respectivas capacidades em Alfabetização e Letramento Com os Cinco Eixos.

É de extrema importância saber o que cada um quer dizer para que fique claro o trabalho do professor alfabetizador. Após essa compreensão o trabalho alcançará dimensões de aprendizado que vai surpreender até o professor mais experiente. Nada é novidade!

1. COMPREENSÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA ESCRITA
 
Sabemos que ainda há muitas crianças que chegam à escola sem ter tido a oportunidade de conviver e de se familiarizar com os meios sociais de circulação da escrita. Por isso é tão importante que o professor trabalhe com os alunos seus usos, para que serve e suas aplicações práticas.
Ao trabalhar as capacidades propostas neste eixo, o professor estará introduzindo seus alunos no mundo letrado. Trata-se do processo de letramento que não deve ser trabalhado separado do trabalho específico da alfabetização, isso significa promover simultaneamente a alfabetização e o letramento.
Na nossa civilização, todo cidadão, qualquer que seja seu grau de escolaridade ou sua posição social, está, de algum modo, inserido numa cultura letrada: tem documentos escritos e realiza, bem ou mal, práticas que dependem da escrita (ex.: tomar ônibus, pagar contas, etc.).” (Pró-Letramento: alfabetização e linguagem, fascículo 1, pág. 18,19).

2. APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA
São conhecimentos que os alunos precisam adquirir para compreender as regras que orientam a leitura e a escrita no sistema alfabético bem como a ortografia da língua portuguesa.
Este eixo aborda capacidades que devem ser trabalhadas com os alunos em sala de aula de forma sistemática. Aqui há várias capacidades que já devem ser introduzidas, trabalhadas e consolidadas logo no primeiro ano do processo de alfabetização.
Como as capacidades iniciais deste eixo referem-se a conhecimentos básicos é importante que o professor perceba que esses não são conhecimentos óbvios para o aluno que está no início do processo.
É durante o trabalho das capacidades desse eixo que os alunos vão compreender alguns conhecimentos básicos como:
* Diferenças entre a escrita e outras formas gráficas;
* Orientação e o alinhamento da escrita da língua portuguesa (da esquerda para a direita, de cima para baixo);
* Função de segmentação dos espaços em branco e da pontuação de final de frase entre outros que podem ser conferidos no quadro que apresenta este eixo; entre outros.

3. LEITURA
O aluno não precisa saber ler e escrever para que o professor inicie o trabalho com a leitura. A leitura é um dos conteúdos do currículo que deve ser trabalhado em todos os anos de escolaridade.
Para atender a essa capacidade pode-se iniciar o trabalho com textos que fazem parte da tradição oral como parlendas, cantigas, músicas, poemas, entre outros.
É importante que a criança perceba a leitura como um ato prazeroso e necessário. Além de possuir objetivos diferentes como ler por prazer, para estudar, para informar, para revisar o que escrevemos, para seguir instruções, etc.
Ao longo do trabalho com essa capacidade os alunos vão alcançando níveis gradativos, que vão desde a decodificação de palavras e textos escritos até a leitura com fluência e compreensão, que é a meta principal no ensino da leitura.

4. PRODUÇÃO ESCRITA
Serão tratadas neste eixo as capacidades necessárias ao domínio da escrita, considerando desde as primeiras formas de registro alfabético e ortográfico até a produção autônoma de textos.
A escrita, tanto na escola como fora dela, deve servir a algum objetivo, ter alguma função e dirigir-se a algum leitor. Muitas crianças chegam à escola sem saber escrever, além de não saberem por que e para que se escreve.

Como a maioria dos textos que escrevemos são grafados em língua culta, os alunos devem ter clareza que a escrita é diferente da fala, ou seja, não se escreve da mesma maneira que se fala.
Neste processo estão inclusas capacidades que começam a ser adquiridas no processo de alfabetização proporcionando ao aluno alcançar a condição letrada, permitindo-lhe uma ativa participação nas práticas sociais próprias da cultura escrita.

5. DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE
Todo conteúdo, ao ser introduzido, passa necessariamente pela oralidade através de atividades orais (fala e escuta), tanto do aluno como do professor.

É importante o professor perceber a importância de propiciar ao aluno, principalmente àqueles oriundos de um meio social menos favorecido, o acesso a uma língua de prestígio, não deixando, no entanto de respeitar a língua adquirida no seu meio social e familiar.

Cabe à escola contribuir para que a criança aprenda a interagir oralmente de acordo com as regras de convivência dos diversos espaços sociais, já que em muitos casos isso só será oportunizado a ele no ambiente escolar.
Agora que você já conhece, em síntese, o que cada eixo pretende alcançar no processo de Alfabetização e Letramento, comente nesta postagem suas experiências após utilizar os eixos em sua sala de aula. Diga o que deu certo e o que não deu para que possamos acompanhar e esclarecer dúvidas que possam surgir ao longo do seu trabalho!
Acompanhe as próximas postagens, onde estarei sugerindo atividades que esclarecem, de forma prática, a aplicação dos cinco eixos em sala de aula.
As capacidades estão organizadas em torno dos 05 eixos a seguir, considerados mais relevantes para a apropriação da língua escrita:
1.   Compreensão e valorização da cultura escrita;
2.   Apropriação do sistema de escrita;
3.   Leitura;
4.   Produção de textos escritos;
5.   Desenvolvimento da oralidade. 
Estes cinco eixos são apresentados em forma de quadro individual subdivididos em capacidades que devem ser trabalhadas até a consolidação das mesmas em cada ano de escolaridade.


domingo, 8 de janeiro de 2012

A alfabetização dividida em etapas

Heloísa Lück fala sobre os desafios da liderança nas escolas

Heloísa Lück fala sobre os desafios da liderança nas escolas
Para a educadora paranaense, somente uma escola bem dirigida obtém bons resultados
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HELOÍSA LÜCK.  "A escola deve ser uma
comunidade de aprendizagem também
em liderança, tendo em vista a natureza
do trabalho educacional."
Mais sobre gestão escolar
Reportagens
A escola é uma organização que sempre precisou mostrar resultados - o aprendizado dos alunos. Porém nem sempre eles são positivos. Para evitar desperdício de esforços e fazer com que os objetivos sejam atingidos ano após ano, sabe-se que é necessária a presença de gestores que atuem como líderes, capazes de implementar ações direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no trabalho escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de 1990, com a universalização do ensino público. A formação e a atuação de líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela Educação e passaram a ser palavra de ordem para enfrentar os desafios.

Na comunidade escolar, é recomendável que essa liderança seja exercida pelo diretor. Mas a educadora paranaense Heloísa Lück, diretora educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), em Curitiba, e consultora do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), vai além. Ela defende o estímulo à gestão compartilhada em diferentes âmbitos da organização escolar. Onde isso ocorre, diz ela, nasce um ambiente favorável ao trabalho educacional, que valoriza os diferentes talentos e faz com que todos compreendam seu papel na organização e assumam novas responsabilidades.
Doutora em Educação pela Universidade Columbia e pós-doutora em Pesquisa e Ensino Superior pela Universidade George Washington, ambas nos Estados Unidos, Heloísa falou a NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR sobre as ações necessárias para o exercício da liderança. Segundo ela, o primeiro passo é tornar claros os objetivos educacionais da escola. Só assim as expectativas dos profissionais com relação à Educação permanecem elevadas, contribuindo para a construção do que ela chama de "comunidade social de aprendizagem".
Quando o conceito de liderança, antes restrito ao âmbito empresarial, migrou para a Educação?
HELOÍSA LÜCK Há algumas décadas, o ensino público era destinado a poucos e orientado por um sistema administrativo centralizador. Nesse modelo, a qualidade era garantida com mecanismos de controle e cobrança. A sociedade mudou e passou a exigir a Educação para todos. Com isso, o ser humano se tornou o elemento-chave no desenvolvimento das organizações educacionais, tanto como alvo do trabalho educativo como na condução de processos eficientes e bem-sucedidos.
É nesse contexto que surgiu a necessidade de haver uma ou mais pessoas para dirigir as ações que encaminham a escola para a direção desejada.
Como diferenciar uma escola que conta com essas pessoas de outra que não tem?
HELOÍSA É fácil perceber isso. Onde não existe liderança, o ritmo de trabalho é frouxo e não há a mobilização para alcançar objetivos de aprendizagem e sociais satisfatórios. As decisões são orientadas basicamente pelo corporativismo e por interesses pessoais. Geralmente, são instituições cujos estudantes apresentam baixo desempenho. Além dessas características, há outras menos visíveis, mas que têm grande impacto. Uma estrutura de gestão debilitada contribui para a formação de pessoas indiferentes em relação à sociedade. É alarmante observar como os apelos destrutivos estão cada vez mais fortes, com os jovens se envolvendo em arruaças e gangues e usando drogas. Isso se dá pela absoluta falta de modelos. A escola deveria oferecê-los, pois é a primeira organização formal, depois da família, que as crianças conhecem. Sem a canalização de esforços para que a aprendizagem ocorra e haja melhoria e desenvolvimento contínuos, o ambiente escolar se torna deseducativo.
É possível aprender a liderar? HELOÍSA Com certeza. Existem indivíduos que despontam naturalmente para exercer esse papel e certamente o farão se o ambiente favorecer. Mas mesmo eles precisam de orientação para empregar essa habilidade e toda a energia em nome do bem coletivo. Trata-se de um exercício associado à consciência de responsabilidade social. Onde a gestão é democrática e participativa, há a oportunidade de desenvolver essa característica em diversos agentes. Somente governos e organizações autoritários e centralizadores não permitem isso. E a escola, é claro, não deve ser assim.
Quais são as principais características de um líder?
HELOÍSA Geralmente, é uma pessoa empreendedora, que se empenha em manter o entusiasmo da equipe e tem autocontrole e determinação, sem deixar de ser f lexível. É importante também que conheça os fundamentos da Educação e seus processos - pois é desse conhecimento que virá sua autoridade -, que compreenda o comportamento humano e seja ciente das motivações, dos interesses e das competências do grupo ao qual pertence. Ele também aceita os novos desafios com disponibilidade, o que influencia positivamente a equipe.
Que questões do cotidiano costumam assustar o gestor que é líder de sua comunidade?
HELOÍSA Os dirigentes que desenvolveram as competências de liderança nunca se deixam paralisar diante dos desafios. Os que não as têm, contudo, se sentem imobilizados diante de pessoas que resistem às mudanças, sobretudo aquelas que manifestam de forma mais veemente seu incômodo com situações que causam desconforto. Em vez de colocar energia em atividades burocráticas e administrativas, fazendo fracassar os propósitos de criação de uma comunidade de aprendizagem, cabe aos gestores - e a todos os educadores, na verdade - promover o entendimento de que as adversidades são inerentes ao processo educacional. O enfrentamento delas implica o desenvolvimento da compreensão sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o modo como o desempenho individual e coletivo afeta as ações da organização.
O diretor deve ser o principal orientador das diretrizes da escola?
HELOÍSA Sim. Mas, apesar disso, essa atuação não deve ser exclusividade dele. A escola precisa trabalhar para se tornar ela própria uma comunidade social de aprendizagem também no quesito liderança, tendo em vista que a natureza do trabalho educacional e os novos paradigmas organizacionais exigem essa habilidade. Para que isso aconteça, é primordial a atuação de inúmeras pessoas, mediante a prática da coliderança e da gestão compartilhada. Em vista disso, atuar como mentor do desenvolvimento de novas lideranças na escola é uma das habilidades fundamentais para um diretor eficiente.
Como funciona uma gestão escolar compartilhada? HELOÍSA Podemos falar em níveis ou abrangências. Num primeiro nível, ela se circunscreve à equipe central, geralmente formada pelo diretor, o vice ou o assistente de direção, o coordenador ou o supervisor pedagógico e o orientador educacional. Nesse âmbito, é necessário praticar a coliderança, ou seja, uma liderança exercida em conjunto e com responsabilidade sobre os resultados da escola. Para isso, é importante haver um entendimento contínuo entre esses profissionais. Num sentido mais amplo, a gestão compartilhada envolve professores, alunos, funcionários e pais de alunos. É uma maneira mais aberta de dirigir a instituição. Para isso funcionar, é preciso que todos os envolvidos assumam e compartilhem responsabilidades nas múltiplas áreas de atuação da escola. Num contexto como esse, as pessoas têm liberdade de atuar e intervir e, por isso, se sentem à vontade para criar e propor soluções para os diversos problemas que surgem, sempre no intuito de atingir os objetivos da organização. Estimula-se assim a proatividade.
O que é uma escola proativa? HELOÍSA A proatividade corresponde a uma percepção de si próprio como agente capaz de iniciativas e, ao mesmo tempo, responsável pelo encaminhamento das condições vivenciadas. Uma escola pró-ativa é aquela que age com criatividade diante dos obstáculos, desenvolvendo projetos específicos para as comunidades em que atua, de modo a ir além da proposta sugerida pelas secretarias de Educação. O contrário da pró-atividade é a reatividade, que está associada à busca de justificativas para as limitações de nossas ações e de resultados ineficazes.
A liderança também pode ser desenvolvida nos alunos? HELOÍSA A liderança é inerente à dinâmica que envolve ensino e aprendizagem. Afinal, no jogo da Educação, os protagonistas são os estudantes. Além de oferecer ensino de qualidade, é obrigação da escola fazer com que eles se sintam parte integrante do processo educacional e participantes de uma comunidade de aprendizagem, o que só se consegue com uma metodologia participativa, sempre sob a orientação do professor. Os jovens sempre se mostram colaboradores extraordinários nas escolas em que lhes é dada essa oportunidade, podendo assumir papéis importantes inclusive na gestão e na manutenção do patrimônio escolar, nas relações da família com a escola e dessa com a comunidade.
A equipe de gestão escolar, então, deve sempre ser orientada por princípios democráticos? HELOÍSA A liderança pressupõe a aceitação das pessoas com relação a uma influência exercida. Ela corresponde, portanto, a uma prática que depende muito da democracia para ser bem-sucedida. O diretor que faz com que os professores cheguem às aulas no horário, pois do contrário sofrerão descontos, influencia o comportamento deles no âmbito administrativo. Contudo, no momento em que ele deixa de impor a pena, tudo volta à condição inicial. Já o gestor que leva a equipe a compreender como a pontualidade contribui para a melhoria do trabalho alcança resultados perenes, que são incorporados naturalmente.
Certamente, atitudes autoritárias não cabem em relações de trabalho assim estabelecidas.
HELOÍSA É importante destacar a diferença entre ter autoridade e ser autoritário. Todo profissional deve ter autoridade para o exercício de suas responsabilidades. E em nenhuma profissão ela é conseguida pelo cargo, mas pela competência. Já o autoritarismo é constituído pelo comando com base na posição ocupada pela pessoa que, não tendo a devida competência, determina e obriga o cumprimento de tarefas sem fazer com que os envolvidos compreendam adequadamente os processos e as implicações envolvidos na realização do trabalho. Quando identifica essa situação, a tendência da equipe é passar a agir sem comprometimento, gerando um ambiente de trabalho proforma, cujos resultados são sempre menos efetivos do que poderiam ser.
O diretor pode ser avaliado por seus pares para saber se está fazendo uma boa gestão?
HELOÍSA Nenhuma ação desenvolvida na escola está isenta de avaliação, que é a base para a definição de planos de ação e de programas de formação em serviço. É importante destacar, no entanto, que não são as pessoas que são avaliadas, mas o desempenho delas, que é circunstancial e mutável. A liderança é situacional e, por isso, é essencial desenvolver instrumentos específicos para cada contexto a ser avaliado. Para que o processo se efetive, portanto, é interssante que as fichas de avaliação da liderança sejam preenchidas por todos os membros da comunidade escolar - professores, alunos, pais e demais funcionários.
Como dirigir uma escola para que ela melhore continuamente? HELOÍSA O segredo é nunca ficar satisfeito com o que já foi conseguido. A satisfação leva à acomodação, o que deixa o gestor impossibilitado de perceber perspectivas para alcançar novos patamares. É muito comum ouvir diretores dizendo, em cursos de formação, "isso eu já faço" ou "isso a minha escola já tem". Fica evidente que, contente com a situação posta, vai ser difícil ele se mobilizar para qualquer mudança. É preciso ter cuidado, pois os processos educacionais são complexos e sempre há desdobramentos novos a desenvolver. Resultados e competências podem sempre melhorar.